Lusa/RTP – O aumento no número de casos de covid-19 resultou no bloqueio parcial de Guangzhou, uma das maiores cidades da China e importante centro industrial, agravando a pressão sobre as cadeias de fornecimento globais.
A decisão surge depois de a capital da província de Guangdong, de 13 milhões de habitantes, ter registado mais de 2.500 novos casos nas últimas 24 horas.
Muitas escolas em toda a cidade estão a dar aulas via `online` e os estudantes universitários foram impedidos de entrar ou sair dos `campus`.
O transporte público foi suspenso e as aulas foram interrompidas em grande parte da cidade. Os voos para Pequim e outras grandes cidades do país foram também cancelados, segundo a imprensa estatal.
A China mantém uma estratégia de `zero casos` de covid-19, que inclui o confinamento de bairros, distritos e cidades inteiras, e o isolamento de todos os casos e respetivos contactos diretos em instalações designadas.
As fronteiras do país permanecem praticamente fechadas e as viagens e o comércio internos estão sujeitos a medidas de confinamento e regulamentos de quarentena em constante mudança.
As restrições resultam ocasionalmente em confrontos entre os moradores e os funcionários dos comités de bairro, que são ameaçados de punição se os surtos nas suas áreas de jurisdição fugirem do controlo.
No total, a China registou 8.824 novos casos nas últimas 24 horas, o valor mais elevado desde o final de abril. Embora este número seja baixo, considerando que a China tem 1,4 mil milhões de habitantes, a escala geográfica do surto constitui um desafio para a estratégia dos `zero casos`.
Todas as 31 regiões de nível provincial da China relataram novas infeções, nos últimos dias. Para além de Guangdong, no sudeste, também a província central de Henan e a região autónoma da Mongólia Interior diagnosticaram mais de mil casos nas últimas 24 horas. Outras áreas do país relataram várias centenas de novos casos.
A Organização Mundial da Saúde disse, em maio passado, que a abordagem extrema da China para conter a covid-19 é “insustentável”, devido à natureza altamente infecciosa da variante Ómicron.
Pequim recusou, no entanto, aprovar a importação de vacinas estrangeiras de RNA mensageiro no continente, já permitida nas regiões administrativas especiais chinesas de Macau e Hong Kong desde o início da pandemia.
A taxa de vacinação entre os idosos com inoculações domésticas, menos eficazes na prevenção de morte e doença grave, é de apenas 86%, segundo dados oficiais.