Reuters – O presidente Vladimir Putin ordenou nesta segunda-feira que os Serviços Federais de Segurança intensifiquem a vigilância da sociedade russa e das fronteiras do país para evitar riscos do exterior e traidores em casa.
Falando antes do Dia dos Serviços de Segurança de terça-feira – amplamente comemorado na Rússia – Putin disse que o “surgimento de novas ameaças” aumenta a necessidade de maior atividade de inteligência.
“O trabalho deve ser intensificado por meio dos serviços de fronteira e do Serviço Federal de Segurança (FSB)”, disse Putin.
“Qualquer tentativa de violá-la (a fronteira) deve ser frustrada de forma rápida e eficaz usando quaisquer forças e meios que temos à nossa disposição, incluindo unidades de ação móveis e forças especiais.”
Putin instruiu o FSB a maximizar seu “uso do potencial operacional, técnico e pessoal” para aumentar o controle da sociedade.
O FSB, o principal sucessor da KGB da era soviética, já operava na Rússia como um amplo aparato de vigilância e censura, e a invasão de Moscou na Ucrânia envolveu uma grande parte dos serviços de segurança.
“Máxima compostura, concentração de forças agora é exigida das agências de contra-espionagem, incluindo inteligência militar”, disse Putin, de acordo com a transcrição de seu discurso fornecida pelo Kremlin e traduzida pela Reuters.
“É necessário suprimir severamente as ações dos serviços especiais estrangeiros, identificar rapidamente traidores, espiões e sabotadores.”
O FSB, liderado pelo aliado de Putin Alexander Bortnikov, também aumentará a supervisão de reuniões de massa, instalações estratégicas e infraestrutura de energia.
Desde o início da guerra, as manifestações e a dissidência foram rapidamente reprimidas na Rússia, com mais de 1.300 detidos em setembro em protestos que denunciavam a mobilização militar de 300.000 pessoas de Putin.
Em uma rara admissão de que a invasão da Ucrânia não está indo bem, Putin disse que a situação nas regiões da Ucrânia que Moscou anexou em setembro é ” extremamente difícil ” e ordenou que o FSB garanta a “segurança” das pessoas que vivem lá.
“É seu dever fazer todo o necessário para garantir ao máximo sua segurança, respeito por seus direitos e liberdades”, disse Putin, prometendo-lhes mais “equipamentos e armas modernas”.
Não há fim à vista para a invasão da Rússia na Ucrânia, agora em seu 10º mês. O conflito, o maior da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, matou dezenas de milhares de pessoas, expulsou milhões de suas casas e reduziu cidades a ruínas.
Moscou chama sua invasão de “operação especial” para desnazificar e desmilitarizar seu vizinho. Kyiv e seus aliados no Ocidente chamam isso de guerra de agressão não provocada para tomar terras.
