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Chefe nuclear da ONU visita usina nuclear na Ucrânia em meio a preocupações de segurança

Por: Correio Nogueirense
29/03/2023
Foto: REUTERS/Alexander Ermochenko

Reuters – O chefe da agência nuclear da ONU visitou a usina nuclear Zaporizhzhia, controlada pela Rússia, no sudeste da Ucrânia, nesta quarta-feira, como parte dos esforços para evitar o risco de um acidente atômico.

Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, chegou de carro à maior usina nuclear da Europa para avaliar a situação, disse um porta-voz da AIEA.

Grossi quer avaliar em primeira mão a “situação de proteção e segurança nuclear” e continuar com os esforços para intermediar um acordo para proteger a usina.

“Não estou desistindo de forma alguma. Acho que, pelo contrário, precisamos multiplicar nossos esforços, precisamos continuar”, disse Grossi à Reuters em entrevista na terça- feira .

Em território controlado por Moscou, ele disse às agências de notícias russas que a situação na fábrica não havia melhorado, que os combates nas proximidades se intensificaram e que ele queria encontrar maneiras realistas de reduzir a ameaça de uma catástrofe.

Moscou e Kiev se acusaram repetidamente de bombardear o local da usina no ano passado. Grossi tem pressionado por um acordo de segurança entre a Ucrânia e a Rússia para proteger a instalação.

Um repórter da Reuters na fábrica controlada pela Rússia viu uma carreata transportando a missão de especialistas da AIEA chegando à instalação, escoltada pelos militares russos.

Grossi disse à Reuters na cidade ucraniana de Dnipro na terça-feira que a situação na usina continua “muito perigosa” e “muito instável”, observando que a atividade militar na região aumentou nas últimas semanas.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado, vem pressionando uma ofensiva de inverno no leste, enquanto a Ucrânia deve lançar uma contra-ofensiva usando tanques de batalha e veículos de combate fornecidos pelo Ocidente.

A extensa usina nuclear de Zaporizhzhia era uma parte valiosa da rede de energia da Ucrânia e respondia por cerca de 20% da geração nacional de energia antes da invasão russa.

Não produz eletricidade desde setembro, quando o último de seus seis reatores foi desligado.

A agência nuclear Energoatom da Ucrânia disse que Grossi avaliaria como a situação mudou na usina, falaria com os trabalhadores e também atuaria como um “garantidor” da rotação de um grupo de monitores da AIEA na instalação.

A AIEA tem monitores estacionados na usina desde setembro, quando Grossi viajou para a instalação devido ao temor crescente da possibilidade de um acidente nuclear.

É a segunda visita de Grossi à fábrica de Zaporizhzhia desde que foi capturada pelas tropas russas.

Grossi, que se encontrou com o presidente Volodymyr Zelenskiy na segunda-feira, diz que sua tentativa de intermediar um acordo para proteger a usina ainda está viva e que ele está ajustando as propostas para buscar um avanço.

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