Reuters – A Índia tem uma oportunidade de lucrar com os esforços de empresas globais para construir fábricas fora da China, disse o novo presidente do Banco Mundial nesta quarta-feira, enquanto as empresas buscam diversificar suas cadeias de suprimentos.
Seus comentários seguem os recentes anúncios de investimento de empresas norte-americanas, incluindo a fabricante de chips Micron Technology, na Índia e vêm no momento em que os Estados Unidos buscam um forte contrapeso para a China na Ásia em meio às crescentes tensões nos laços.
Nos últimos anos, muitas empresas adotaram a estratégia “China Plus One” para construir novas unidades de produção fora da República Popular.
A Índia tem uma janela de três a cinco anos para aproveitar esta oportunidade de atrair investimentos, disse Ajay Banga, ex-CEO da Mastercard que se tornou chefe do Banco Mundial no mês passado.
“Acho que a oportunidade da Índia atualmente é lucrar com a oportunidade ‘China mais um’. Essa oportunidade não ficará aberta por 10 anos”, disse Banga a repórteres em Nova Délhi durante sua primeira visita oficial ao país.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fez sua primeira visita de Estado aos Estados Unidos no mês passado, que coincidiu com uma enxurrada de anúncios de investimentos de empresas americanas na Índia.
Banga disse que o crescimento da Índia foi amortecido pelo consumo doméstico diante da desaceleração global.
Ele também se encontrou com o ministro das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, e falou sobre o bloco G20, cuja presidência a Índia ocupa atualmente.
“Há mais riscos do lado negativo em termos de desaceleração da economia mundial no início do ano que vem”, disse ele após a reunião.
O chefe do Banco Mundial também pediu investimentos de capital privado para ajudar nos esforços globais de financiamento de energia renovável. O credor estima que US$ 1 trilhão será necessário até 2030 nos países em desenvolvimento para a transição de energia verde para ajudar a alcançar metas líquidas zero.
“Os fatos permanecem, precisaremos de diferentes formas de capital concessional. Também precisaremos de diferentes formas de capital bancário multilateral, capital governamental e capital filantrópico para assumir posições de primeiro risco ou ajudar a viabilizar o financiamento combinado”, disse Banga.