Reuters – As Filipinas buscam reforçar sua capacidade de lidar com ameaças, ao mesmo tempo em que destacam a necessidade de fortalecer os laços com aliados enquanto buscam uma política externa independente, sob uma política de segurança nacional de seis anos publicada nesta terça-feira.
O documento de 48 páginas da Política de Segurança Nacional, que o presidente Ferdinand Marcos Jr aprovou recentemente, destacou “o acirramento da competição estratégica entre os Estados Unidos e a China” e “o aumento das rivalidades entre as grandes potências” como contribuindo para um “cenário geopolítico mais tenso”.
“Grande preocupação também é vista nas relações através do Estreito, que tem o potencial de ser o ponto crítico na região”, disse o governo no documento, publicado pelo Conselho de Segurança Nacional, referindo-se ao Estreito de Taiwan.
“As Filipinas estão preocupadas com sua estabilidade econômica, um potencial afluxo de refugiados e o bem-estar das populações estrangeiras.”
Pequim, que reivindica o autogoverno de Taiwan como seu, tem realizado exercícios militares nas águas da ilha para pressionar sua reivindicação de soberania. Os Estados Unidos e aliados como o Japão criticam tal pressão sobre Taiwan.
“Qualquer conflito militar no Estreito de Taiwan afetaria inevitavelmente as Filipinas, dada a proximidade geográfica de Taiwan com o arquipélago filipino e a presença de mais de 150.000 filipinos em Taiwan”, disse o governo no documento.
As ilhas mais ao norte das Filipinas ficam a 190 km (118 milhas) de Taiwan.
O plano também cobriu as prioridades de segurança alimentar e energética do governo e observou que o Mar da China Meridional “continua sendo um interesse nacional primário”.
“As divergências de reivindicações… os métodos dos reclamantes para afirmar suas posições continuam a representar desafios estratégicos” que põem em risco a integridade territorial e os direitos das pessoas, disseram as Filipinas, que estão em disputa com a China sobre partes do mar.
Para alcançar a segurança energética, o governo disse que exploraria o desenvolvimento de reservas offshore, inclusive no Mar da China Meridional, para ajudar a reduzir a dependência das importações.
Os laços com a China ficaram tensos sob o comando de Marcos, enquanto as Filipinas retornam ao tradicional aliado dos Estados Unidos.
As Filipinas fortaleceriam um Tratado de Defesa Mútua com os EUA, juntamente com outros mecanismos existentes com parceiros regionais, para “alcançar uma capacidade de defesa confiável”, afirmou.
