No domingo, 27 de julho de 2025, um grave acidente mobilizou a equipe médica do Hospital Municipal de Artur Nogueira. Vitor, de 14 anos, sofreu uma descarga elétrica enquanto soltava pipa com linha contendo arame. A linha com o arame acabou enroscado em uma rede de alta tensão, provocando a descarga que deixou o adolescente em estado crítico.
Segundo a secretária de Saúde, Daiane Mello, o rápido acionamento do socorro e o comprometimento dos profissionais foram determinantes. “Vitor estava soltando pipa quando a linha enroscou em um fio de alta tensão. Ele deu entrada no Pronto-Socorro, onde foi atendido por uma equipe maravilhosa que não mediu esforços para salvar a vida dele”, contou.
Cíntia, mãe de Vitor, relembrou com emoção os momentos de desespero: “Escutei um ‘pipoco’, pedi para o meu marido correr até o portão e ver o que tinha acontecido. Nesse momento, ele começou a gritar: ‘Vitor, meu filho, acorda, balançando o corpo do nosso filho: ‘Vitor! Vitor! Vitor! Meu filho acorda!’. Nisso que cheguei, eu falei: ‘Coloque ele no chão e comecei a fazer massagem nele e a respirar por ele”.
A mãe conta que eles moram próximo à Rodovia Zeferino Vaz e que pediu para seu marido correr até a cabine da Rota das Bandeiras e chamar a ambulância. “Estava passando um carro com a enfermeira Verena, ela desceu e começou os procedimentos, dizendo: ‘Não tem pulso!’. Foi quando a ambulância chegou e o levou em estado muito grave até o hospital municipal”.
Segundo a médica Dra. Érica Grava, que estava na ala de pediatria, mas ouviu o que estava acontecendo, correu também para auxiliar no atendimento, o caso exigiu todos os recursos e ajuda possíveis.
“Vitor deu entrada aqui em estado gravíssimo, não era meu plantão na emergência, eu estava na pediatria, só fui lá para poder ajudar. Quando entrei na sala, perguntei ao Victor (médico que recebeu o adolescente), e ele disse: ‘É um menino de 14 anos que levou uma descarga elétrica ao soltar pipa’. A médica relata que na hora ficou “cega”. “Eu tenho uma filha de quatorze anos, então eu me comovi e acabei ficando para ajudar a equipe”.
Érica conta que o menino sofreu duas paradas cardíacas. “Seguimos o protocolo, mas esgotamos todo o arsenal. Olhei para ele e pensei: ‘Ele tem a idade da minha filha, não aceito perder’. Então, junto à equipe, insistimos mais uma vez. Subi no menino, continuei a massagem e comecei a orar pedindo a Deus pela vida dele”.
A médica fez questão de agradecer e destacar o empenho dos colegas que participaram diretamente do salvamento. “O Dr. Victor Falcão, que recebeu o menino, foi fantástico. O Dr. Lindon Marques da Silva, a Dra. Sara, todos estavam comprometidos, trabalhando incansavelmente para reverter o quadro. Foi um esforço coletivo, onde cada profissional teve um papel fundamental.”
Segundo a médica, a persistência foi recompensada. “De repente, ele voltou a ter batimentos e começou a reagir. Foi um milagre de Deus. Toda a equipe estava envolvida, orando e fazendo o impossível para salvá-lo.”
A médica conta que toda a equipe de enfermagem, todos que estavam envolvidos ali, cada um com a sua religião, com sua fé, estavam pedindo a Deus por um milagre. “Não estou aumentando, só quem vivenciou aquele dia sabe do que estou falando, foi um milagre mesmo de Deus. O Vitor voltou a ter batimento, voltou a reagir e foi algo inexplicável”.
Hoje, Vitor está recuperado e já deixa um alerta para outros jovens. “Aprendi a lição: não soltar pipa com arame.”
A secretária Daiane Mello reforçou o orgulho pelo trabalho da equipe. “Essa história mostra o quanto nossa saúde trabalha com amor, comprometimento e empatia. Agradecemos a Deus e a todos que participaram desse milagre.”
