O mundo virtual nunca esteve tão presente no dia a dia das famílias, e começa a fazer parte da vida dessa nova geração cada vez mais cedo. Mais da metade das crianças entre 6 e 9 anos já têm perfil no Facebook. Bebês ganham contas no Instagram mesmo antes de conseguirem segurar um celular. Sim, a infância foi parar nas redes. E essa exposição tem um custo. Nem é preciso esperar por uma ocasião especial para publicar fotos e vídeos. O café da manhã, o caminho para a escola, a hora do almoço e até o banho… Tudo é pretexto para um novo post.
“Infelizmente existem muitos adultos que colocam em risco a imagem e a incolumidade das próprias crianças através destas atitudes negligentes. minha obrigação como Perito é sem duvidas conscientizar aquela categoria de pais super irresponsáveis que costumam publicar fotos dos próprios filhos com pouca / sem roupa em redes sociais”, diz Rildo Silveira.
O Perito faz uma recomendação: “Jamais poste fotos que identifiquem a rotina do seu filho ou poste fotos do mesmo com pouca roupa. Muito cuidado ao expor a intimidade do seu filho, pois postar fotos íntimas de crianças, ou nas quais aparecem sem camisa ou tomando banho, por exemplo, atraem a atenção de pessoas mal intencionadas e quando falo de pessoas mal intencionadas falo de pedófilos”, explica Rildo.
Segundo o Perito os fatos mostram de maneira bem clara e evidente que pedófilos/abusadores não apresentam nenhum sinal de alienação mental, e por este motivo devem ser considerados criminosos e juridicamente imputáveis. Rildo explica que o pedófilo sabe muito bem aquilo que faz, “Ele seleciona e escolhe a própria vitima dependendo também do grau de vulnerabilidade da criança. Então toda a dinâmica que leva o criminoso até ao abuso é pensada, planejada e estudada nos mínimos detalhes. Pedófilos/abusadores existem em todos os lugares, são de todas as raças, classes sociais, religiões e ideologia políticas. Pedofilia é um crime “sem rosto”, destaca Silveira.
O Perito explica os riscos e consequências de expor os filhos em redes sociais:
Morphing: trata-se de uma prática, segundo a qual sujeitos copiam fotos tiradas da internet e fazem uma montagem fotográfica com uma foto pornográfica, por exemplo. A maioria dessas fotos tem como proveniência as redes sociais.
Preciso esclarecer um detalhe importante: tais casos não são tão noticiados principalmente porque essas imagens não circulam na superfície da internet, mas sim na chamada “Deep Web”, a camada da internet que não pode ser acessada através de uma simples busca no google, pois é oculta e possui um acesso muito mais restrito, com grande conteúdo ilícito.
Check-in’s: REPRESENTA UM GRANDE RISCO!
É o ato de fazer “check-in” nas redes sociais, confirmando os locais que determinada criança frequenta.
Tudo isso pode sujeitá-la a outros crimes, como sequestro, principalmente se forem seguidos de fotos que retratem um alto padrão de vida, com acessórios caros como celulares, tablets, etc.
Então minha sugestão mais uma vez é a seguinte:
PAREM DE EXPOR OS PRÓPRIOS FILHOS !
Rildo finaliza, “Amar o próprio filho é preservar e proteger também a intimidade da criança e não expor a rotina”.
Rildo Silveira é Perito em Análise Criminal – Crimes contra Crianças e Adolescentes e Violência Doméstica cadastrado no Serviço de Perícias Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Cadastrado na AJG – Unidade responsável: 32a Vara Federal do RJ.
Perito em Computação Forense e Perícia Digital da APECOF
(Associação dos Peritos em Computação Forense)
http://www.apecof.org.br/index.php/associados
Perito em Investigações de Crimes de Pedofilia da RETEM IP
(Organização feita por Policiais Civis e Militares do Governo Estado de São Paulo)
Área de atuação: Perícias e Investigações de Crimes contra Crianças e Adolescentes (Abuso sexual infantil – Pedofilia – Exploração Sexual Infantil) – Tráfico de Pessoas – Violência Doméstica