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O comércio físico terá que se adaptar durante e pós pandemia

A arquiteta e projetista de ambientes comerciais Claudia Baldasso explica algumas soluções práticas para resolver rapidamente as necessidades de adaptação do comércio a curto e longo prazo e que também atenda o consumidor de forma acolhedora e ao mesmo tempo segura. Confira.

Por: Correio Nogueirense
17/07/2020
Em muitas cidades brasileiras, os empresários precisam lidar com o abre a fecha do comércio por causa da quarentena. Um vai e vem que complica a situação de quem já está quase sem fôlego. Enquanto a situação não se normaliza, é preciso se preparar para quarentena a ioiô e saber que o planejamento agora não é mais tão previsível.
Alguns empresários estão mantendo seus estoques apenas para uma semana e se adaptando com as aberturas por apenas algumas horas do dia. Isso faz com que seus recursos diários não supra suas necessidades financeiras para manter o comércio aberto e o giro do dinheiro no caixa seja abaixo do esperado para cumprir seus compromissos.
Algumas recomendações para esse momento tem sido:
  • Planejar no curtíssimo prazo;
  • Investir aos poucos;
  • Negociar com fornecedores a venda em consignação;
  • Se informar o tempo todo.
O consumidor está aí, porém transformado também pelas dificuldades do período de incertezas que vem sofrendo. A realidade é que o consumidor nunca mais será o mesmo, portanto é preciso investir em uma nova experiência de venda.
O comércio eletrônico se potencializou e tem atendido a muitos nichos de mercado antes não envolvidos no online e isso tem aberto formas alternativas de renda para muitos. Um levantamento feito pelo Sebrae, em parceria com a FGV, entre os dias 25 e 30 de junho, constatou uma leve e gradual recuperação, com uma redução na queda média mensal do faturamento dos pequenos negócios, mostrando que 30% das empresas voltaram a funcionar desde o início da crise, adaptando-se ao novo cenário, intensificando a transformação digital dos negócios com o aumento das vendas online.
Porém para o comércio local, o que sobrevive das vendas com as portas abertas, o atendimento físico precisa seguir com as atividades para manter sua saúde financeira e atender aos seus clientes de forma segura. O comércio físico deve se adaptar já e também depois desse longo período de quarentena, onde as empresas certamente estão mais tecnológicas e as pessoas mais humanas.
Alguns hábitos adquiridos durante esse período de quarentena serão preservados e farão parte do nosso “novo normal”. Com tantas mudanças, quem irá se dar bem, ou se dar melhor, serão aqueles que se adaptarem primeiro ao novo público que vem aí!
Com as reaberturas graduais, os consumidores não voltarão de imediato às compras, por isso é preciso pensar em um varejo diferente e com mais formas de comprar. O desafio para os lojistas é que precisam oferecer algo a mais para o consumidor entrar, porque o consumidor retraído está com medo de se contaminar.
A palavra é adaptação. Eu, como projetista de ambientes comerciais, estou me preparando, estudando e buscando layouts e soluções práticas que sanem rapidamente as necessidades de adaptação do comércio a curto e longo prazo e também atenda o consumidor de forma acolhedora e ao mesmo tempo segura.
Algumas mudanças que posso sugerir e que são necessárias que aconteçam desde já, vou descrever brevemente:
– A primeira mudança está no espaço físico. Mais distância entre mesas, equipamentos e produtos, para não ter aglomeração.
– Diferentes formas de apresentação dos produtos em vitrines e prateleiras de forma a apresentar seus produtos sem a necessidade de tocar as peças ou manuseá-las.
– Os estoques não deverão estar tão visíveis de forma a não estarem a mão dos clientes evitando a contaminação das peças.
– No setor de moda, por exemplo, o desafio é como oferecer ao cliente o serviço de provadores de forma segura. Isso deverá ser estudado caso a caso e até acredito que há curto prazo, apareçam soluções como espelhos virtuais ou totens com telas Touch que possam apresentar a roupa ou o acessório sem você precisar vesti-lo.. eu como consumidora realmente espero que tenha logo essa ferramenta!
– Temos que dar destaque para as tecnologias que, de alguma forma, colaboram com esse momento da pandemia e ajudam a adequar essa retomada de atividades com a necessidade atual de segurança e distanciamento, assim como é o caso das câmeras térmicas de medição de temperatura, as câmeras de reconhecimento facial e as portarias remotas, que estão substituindo a interação manual pela mecânica e eletrônica.
– Além das barreiras de higiene na entrada do estabelecimento é necessário que se mantenha a higienização também no ambiente interno do comércio.
– Algumas intervenções físicas como esteiras de higienização dos pés, tapetes e totens com álcool gel na entrada e interior do estabelecimento serão medidas imediatas, porém é preciso muito mais para receber o novo consumidor que virá mais exigente e com menos dinheiro no bolso.
– Uma nova forma de consumir será baseada na readequação das formas de pagamento, sendo assim o parcelamento será uma forma atrativa para esse consumidor. O parcelamento veio pra ficar, adaptem-se aos crediários!
– O novo perfil de análise de compra também será baseado em marcas ou empresas que tragam ou transmitam mais segurança. As pessoas vão procurar consumir em locais que se sentem mais seguras.
Os cenários são de muita incerteza, há um pensamento focado em informações diárias e tomada de decisões baseadas no que é mais rápido ser feito, do que perfeito. As empresas e os lojistas não terão todas as informações para essa decisão acertada sempre, aí vai ter que ir acertando e corrigindo com rapidez. E isso também faz parte do nosso “novo normal”!
Essa adaptação está ligada à chegada de novas tecnologias mas também de formas criativas de oferecer seus produtos e serviços de forma consciente e segura.
Bons negócios e velocidade nas adaptações!
Fiquem todos bem,
Arquiteta Claudia Baldasso

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