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Motociclista assedia mulher que caminhava ao passar a mão pelo corpo dela em rua de Artur Nogueira

Caso ocorreu próximo ao Clube da cidade. Em nota, a secretaria de Segurança, diante de tais relatos de assédio, intensificou o policiamento nas imediações do local. Confira na íntegra.

Por: Correio Nogueirense
30/09/2021

A universitária Larissa Moraes, 22, sofreu uma violência sexual enquanto passeava com sua cachorra na noite da última segunda (27), em Artur Nogueira. Larissa compartilhou o seu relato nas redes sociais.

Segundo a universitária, ela não conseguiu anotar a placa da moto. “Por volta das 19h30, estava caminhando com minha cachorra perto da portaria do Clube e um motoqueiro entrou na contramão, ele passou bem devagar, eu não ouvi nada, passou a mão na minha bunda, no primeiro momento, eu achei que era uma amiga minha, brincando comigo, aí eu olhei e vi que era um cara de moto, aí ele já virou à esquerda, a rua que fica em frente a portaria do Clube, eu nem tive tempo de ver placa da moto. Eu fiquei em choque, a única reação foi o medo de ele voltar. Eu saí correndo em direção a portaria do Clube, aí bateu a realidade e comecei a chorar em desespero, nisso saíram amigos na portaria e a minha amiga me levou para casa”.

“Depois que postei nas redes sociais, algumas pessoas vieram me relatar que também aconteceram com elas, há alguns meses, outras alguns dias. Vi vários relatos, mas parece que esse do (bairro) Rezek, perto do Clube, tem bastante relato, não sei dizer quem ou quantos, pelo visto está sendo recorrente em Artur Nogueira”.

De acordo com Larissa, talvez o que tem facilitado essas situações é a iluminação pública do município, que tem recebido muitas reclamações. “Não sei se é a cidade toda, a lagoa está totalmente escura a noite, lá para baixo do Rezek, tudo escuro, iluminação precária”.

Segundo a Prefeitura de Artur Nogueira, no dia 23 de setembro teve início a restauração da iluminação pública da cidade. Foi realizado um levantamento de quais pontos e bairros necessitam de reparos. A previsão de conclusão do trabalho em todo o município, segundo a empresa prestadora do serviço, é de 20 dias a um mês.

De acordo com a universitária, ela se encontrava no melhor local do seu trajeto. “Graças à Deus, eu estava no melhor lugar que eu poderia estar, eu estava no lugar mais iluminado no meu trajeto. Foi absurdo, eu tinha acabado de passar por uma mulher de mão dada com a filha, eu estava me sentido segura, aquele era um ‘ambiente seguro’, tanto assim, que eu não costumo andar de fone de ouvido, eu coloco um só, para conseguir ouvir ao meu redor, mas, como eu estava em um “local seguro”, eu até coloquei os dois fones para eu relaxar, escutar uma música. Foi nessa que eu não ouvi a moto chegar… Não sei, se eu tivesse sem os fones, eu teria ouvido a moto chegar”.

“Foi uma lição para mim, não dá para andar de fone em lugar nenhum. Um lugar que eu sempre ando, que tem um fluxo grande de pessoas andando sozinhas, principalmente mulheres que saíram da academia, do Ballet…”

Larissa Moraes faz um alerta para as mulheres que transitam no local. “Peço (mulheres) que tomem muito cuidado ao saírem sozinhas pelas ruas, seja qual for o horário, fiquem sempre atentas e se possível tenham algum item que possam usar para proteção, com certeza não fui a primeira e nem serei a última a passar por esse tipo de situação triste e constrangedora, infelizmente não estamos seguras em lugar nenhum”, escreveu ela em uma rede social.

Nos comentários, os internautas expressaram outras situações ocorridas no local. “Mesmo lugar que passou a mão nas meninas”, escreveu uma internauta. ” Mês passado aconteceu com 2 moças”, comentou outra internauta.

Segundo pesquisa dos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva divulgada em 2019, 97% das mulheres afirmam que já foram vítimas de assédio sexual no transporte público, carros de aplicativo ou em táxis. Já segundo dados do Ministério Público do Trabalho, denúncias de assédio sexual no trabalho cresceram 64,7% entre 2015 e 2019.

Em contato com a nossa equipe, Larissa disse que não fez boletim de ocorrência por não ter gravação do ocorrido, características e nem placa da moto. “Está na hora de alguém tomar uma atitude. A gente não está aguentando mais esse tipo de situação. Sentimento de impotência, medo e insegurança”, disse ela.

 

Nota da Prefeitura

A secretaria de Segurança, diante de tais relatos de assédio, intensificou o policiamento nas imediações do Clube Recreativo – assim como em outros pontos de alerta do município -, de modo que tais práticas venham a ser coibidas e que as mulheres nogueirense transitem em segurança.

A pasta ainda ressalta que é extremamente importante que as vítimas registrem um Boletim de Ocorrência, pois, somente dessa forma, a Justiça poderá aplicar às sanções cabíveis caso os suspeitos venham a ser identificados. O registro policial também possibilita que a corporação identifique pontos com incidências de tais práticas e trace estratégias para coibi-las e, consequentemente, capturar possíveis suspeitos.

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