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Rildo Silveira: saiba quem é ele e entenda mais sobre o caso Arieli

O investigador que se voluntariou para ajudar a família no caso do desaparecimento de Arieli fala sobre o assunto

Por: Correio Nogueirense
26/03/2018

Rildo Silveira, 41 anos. O agente de investigação procurado pela família de Arieli, que mesmo do Rio de Janeiro, trabalha de forma voluntária no caso. Seu currículo é extenso: Agente de investigação anti-pedofilia, especializado em investigações de crimes sexuais contra crianças e adolescentes, investigador profissional, perito judicial, membro da Comissão de Crimes Cibernéticos da ABCCRIM (Academia Brasileira de Ciências Criminais), delegado regional da Associação Brasileira de Criminologia (Estado do RJ), responsável pela divulgação de estudos, pesquisas criminológicas e metodologias de investigação criminal, membro da ABRAF – Associação Brasileira de Antropologia Forense. Só isso já seria muita coisa, mas a lista de funções dele só aumenta. Repórter policial investigativo, membro do Conselho Editorial da Revista Internacional da Associação Brasileira de Criminologia “OLHAR CRIMINOLÓGICO”. Membro da FENAJ – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS e Palestrante de Segurança Pública.

Sua formação profissional também não deixa a desejar. Tem especializações em: Perícia Judicial; Investigação de Crimes contra Crianças e Adolescentes; Jornalismo Investigativo Policial e Perícia nos Crimes Sexuais.

Caso Arieli

Em Artur Nogueira ainda são visíveis em diversos lugares os papéis com a foto de Arieli e a palavra desaparecida. Protestos, passeatas, campanhas em redes sociais foram feitas, mas desde outubro a menina permanece desaparecida. Afinal, o que terá acontecido com Arieli Pinheiro dos Santos?

Boa parte dos nogueirenses se perguntam o porquê de tanto tempo ter passado e o caso continuar na mesma situação. Quando questionado o que torna a investigação lenta o investigador afirma que não há negligência por parte da polícia, mas que é preciso cooperação dos cidadãos e há quem saiba mais detalhes e não queira falar. “É preciso que as pessoas que sabem dos fatos, porque existem pessoas que sabem, colaborem com a polícia para solucionar o caso. As informações que a polícia tem conseguido, está cuidando, mantendo sigilo, mas precisam que as pessoas colaborem”, comenta. A omissão percebida por Rildo o intriga.

“Tem pessoas que sabem e não estão falando. Não sei se por medo, negligência, porque não está nem aí, mas existem. Não adianta criticar a polícia, se as pessoas realmente tivessem respeito pelo trabalho da polícia, o povo seria o primeiro a colaborar, esse povo que eu falo são pessoas que sabem dos fatos, mas não falam. Então jogam a culpa para a polícia. Quem seria determinante não está colaborando”, apela.

Silveira conheceu o caso de Arieli através das redes sociais. Compartilhou uma foto da garota, divulgando a imagem dela. A postagem teve uma repercussão incrível e então a família entrou em contato com ele pedindo apoio. O investigador topou ajudar, mas falou que faria sem ganhar nada em troca. Foi assim que começou a apurar, entrar no ambiente familiar dela para entender melhor e levantar informações sobre pessoas que viviam ao redor da garota. A partir deste momento o investigador percebeu um caso de omissão.

Rildo Silveira mora no Rio de Janeiro, porque então aceitar o pedido de socorro de uma família nogueirense? “Eu aceitei ajudar nesse caso, por influência muito grande do meu emocional. Quando me foi apresentado o caso eu percebi um sofrimento muito grande, diferente de outros casos”, conta.  Quando conheceu a família e as pessoas que viviam ao redor de Arieli esse lado emocional aflorou ainda mais. “O fato de eu ter detectado que tem quem sabe e não fala mexeu ainda mais”. Mas como acompanhar o caso estando em outro estado? Rildo Silveira acompanha o caso através de informações que são passadas pela família e assim ele pode orienta-los em como proceder. E levanta hipóteses que podem ser úteis a polícia. “Não tem muito ainda a ser investigado porque as pessoas que podem contribuir não querem. Minha função é ficar cutucando essas pessoas e a população quanto a falar o que sabem”. O investigador repete diversas vezes em seu discurso que a polícia está trabalhando, mas a polícia precisa do apoio do cidadão para esclarecer o fato.

Outra situação que mexe com psicológico da família e que prejudica as investigações são as pistas falsas. Com cerca de um mês de desaparecimento a família recebeu a informação que Arieli estaria em Cosmópolis. Seguindo a orientação de Rildo Silveira, gravaram a ligação e levaram as informações para a polícia, mas essa informação não deu em nada. “Isso mostra como tem pessoas que tentam se aproveitar da situação para extorquir dinheiro da família. Eu alertei a família”, ele afirma.

Para o investigador seu objetivo é colocar a família de Arieli nas condições deles conseguirem pistas para a polícia. Um trabalho de colaboração que todos deviam fazer. “O que eu consigo passo a família que passa a polícia. Se eu soubesse onde estava Arieli, eu informaria diretamente a polícia”.

Quando questionado se acredita que a menina ainda esteja viva ele responde: “Eu não sei, sinceramente”. Ele não tem contato direto com a polícia que investiga o caso, as informações coletadas por ele de forma privada o levaram a focar em quem poderia ser de apoio as investigações do que focar nisso. Rildo acredita que a polícia está seguindo vários critérios e não podem afirmar sim ou não. Até porque um caso de desaparecimento não pode levar alguém a dizer que está viva ou não, o desaparecimento é um ponto de interrogação e por isso é desgastante. “No caso de Arieli eu acho que tem uma coisa estranha que me faz pensar que ela está viva pelo fato de pessoas que parecem que escondem, mentem sobre informações. Eu trabalho há muitos anos com investigação criminal e sei que nada pode ser descartado. Temos que estar prontos para tudo, por isso tenho dúvidas. ”

Rildo Silveira destaca que é fundamental um cuidado redobrado com filhos menores de idade. Segundo o investigador é importante ter um controle das redes sociais, principalmente porque às vezes não sabemos com quem a criança se relaciona. Além disso, manter um bom diálogo entre a família e prestar atenção no comportamento dos filhos pode evitar que situações de perigo aconteçam. “Perigos acontecem em todo o lugar. Quando a criança desaparece a culpa é do adulto. Criança não evapora. Sempre tem um responsável. O que aconteceu com Arieli pode acontecer com qualquer um. É importante aprender a ler o coração dos filhos”, declara.

Há 5 meses a adolescente saiu de casa e nunca mais retornou. Se você tem alguma informação sobre o paradeiro de Arieli, ou algo que possa ajudar no caso entre em contato pelo número 3877-1400 / 3877-1100.

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