Quando se fala de um adolescente, todos sabemos a sinceridade que eles trazem nas palavras e nas atitudes. Em pouco tempo, crianças de Artur Nogueira estão fazendo a diferença no meio ambiente da cidade, fazendo a reciclagem em terrenos do município e fazendo a diferença falando para a população a importância de um projeto de limpeza dos lugares para pensar no futuro.
Os adolescentes que estão tendo a iniciativa com o projeto ReVITAlize e são da Escola Estadual João Baptista Gazzola. Tudo isso começou não faz um mês. Rosângela Cristina Trento é coordenadora da escola e comentou com muita alegria sobre a iniciativa dos adolescentes sobre o projeto.
“O projeto começou em agosto onde a iniciativa foi tomada pelos adolescentes, no primeiro momento era um grupo pequeno com alunos da escola e no segundo encontro já tiveram pais, responsáveis da comunidade e a presença de outros adolescentes de outras escolas. O projeto começou na Avenida quinze (novembro), próximo à banca de frutas, com o objetivo de fazer essa reciclagem, a conscientização junto à população e isso tudo teve o gancho do projeto da Secretaria Estadual de Educação referente ao meio ambiente. Esse projeto é passado para as unidades escolares e a gente trabalha com ele o ano inteiro. Trabalhamos com reciclagem, plantio de árvores, tudo referente ao meio ambiente, e foi daí que veio essa inspiração para esses adolescentes”, declaro Rosângela Cristina.
Para finalizar, a coordenadora Rosângela falou sobre a alegria de ver a iniciativa dos seus alunos e comentou que em vinte e cinco anos de profissão nunca tinha visto nada parecido. “Em vinte e cinco anos eu nunca tinha visto essa iniciativa nas escolas que trabalhei. Esse é um envolvimento que teria a parceria com o grêmio estudantil, mas agora partir do aluno e trazer para a diretoria o projeto foi a primeira vez que vivenciei esse momento”.
Julia Beatriz Braz tem 14 anos e falou com muita descontração e de onde surgiu este projeto. “Foi bem engraçado, eu estava voltando do parquinho com meu primo de três anos e ele nem fala direito. Estávamos passando por um terreno, nisso ele falou que estava muito sujo esse terreno, com isso falei para ele que viria limpar e ele falou que viria comigo. Certo dia estávamos indo à biblioteca eu, a Aline Costa e o Jackson Brito; passamos pelo mesmo terreno, perguntei para eles se queriam vir comigo, limpar o terreno, e falaram que sim. Este não era um projeto, mas depois que limpamos o terreno, nós colocamos nas redes sociais a iniciativa, muitas pessoas apareceram interessadas em participar e com isso pensamos em criar um projeto”.
Julia contou que na segunda vez o resultado foi muito bom, que os pais dela foram ajudar também e contou que as queimadas que aconteceram na Amazônia fizeram que ela tivesse a iniciativa de dar um passo a mais. “Na primeira vez, nós tiramos quatro sacos de lixo, na segunda já tiramos dez sacos. Meu pai gostou tanto que ele foi ajudar com minha mãe e minha irmã mais nova, e foi até engraçado porque ele trouxe para todo mundo refrigerante. Além do meu primo ter falado aquilo, fiquei muito tocada com o que estava acontecendo na Amazônia e a gente chegou até a chorar juntas quando falamos deste assunto aqui na escola. Nós nos interessamos muito nesse assunto de meio ambiente, eu até me recuso a usar sacola plástica e canudo há algum tempo. Nós recolhemos uma quantidade enorme de canudos e ele faz um mal ao meio ambiente”.
Julia Beatriz é vereadora mirim e falou que vai tentar um projeto na câmara com os outros colegas para que coloque coletores espalhados pela cidade. “Somos vereadores mirins, estamos pensando em um projeto de coleta seletiva e a compra de materiais para conseguirmos fazer a coleta de forma correta. Amanhã estarei levando um projeto de lei para a câmara, para separarmos uma semana de conscientização, para levar às escolas para fazerem coleta. Temos um grupo com mais de 30 pessoas, alguns são daqui e outros de diferentes escolas querendo ajudar”.
Jeniffer Kelly Cardosina Santos Sá tem 14 anos e também é vereadora mirim, ela faz parte do projeto, falou do sentimento de participar e deixou um recado para os mais velhos. “Quando fui ajudar me deu uma revigorada, foi uma sensação muito boa limpar, ver todo mundo participando e imaginar que aquilo pode mudar a vida de outras pessoas. Quero dizer que eles corram atrás, isso é uma coisa gostosa de se fazer e não desistir por que vai sujar outra vez. Conforme você for trabalhando, de pouquinho em pouquinho a gente vai mudando o pensamento das outras pessoas”.
Aline Costa Cruz de 15 anos é mais uma das adolescentes da escola João Gazzola que também tem trabalhado nas coletas, ela falou muito sorridente de como é participar com suas colegas. “Nem quando vou limpar minha casa tenho essa alegria, agora quando nos unimos para limparmos o terreno foi uma sensação muito boa. A sensação é muito diferente, eu me sinto uma pessoa muito boa e fazendo a diferença no planeta. O projeto já mudou a minha cabeça, mudou o meu pensamento e agora não estou usando mais canudo”.
Cristiano Pedroso de Moraes é diretor da escola João Gazzola e Biólogo, ele falou com muita alegria de como recebeu o projeto dos adolescentes e deixou um recado para que outros possam ter a mesma iniciativa. “Fiquei muito feliz, duplamente, quando eles vieram me falar sobre o projeto de limpeza dos terrenos, por ser diretor da escola e por ser Biólogo. Como Biólogo é muito bom de ver que os adolescentes possuem essa conscientização ambiental e como diretor a gente fica feliz por ver tudo aquilo que trabalhamos de conteúdo nas salas de aula com meio ambiente tem tido resultado. Temos que pensar em dupla via, primeiro temos que pensar que o Estado deve sim oferecer todas as condições para que as pessoas tenham sua formação, para que haja um futuro melhor, mas parafraseando o Presidente Americano, temos que pensar que tipo de filhos nós oferecemos a sociedade”.
O projeto ReVITAlize teve início no mês de agosto, essa é uma ideia da menina Julia Beatriz Braz da Silva, de 14 anos da Escola Estadual João Gazzola, ela tem a ajuda das colegas Jeniffer Kelly Cardosina Santos Sá, de 14 anos, Aline Costa Cruz, de 15 anos e Jackson Brito de Oliveira. Hoje o projeto tem mais de 30 pessoas no grupo, contando com adolescentes de outras escolas, professores, pais e pessoas da comunidade que possuem o interesse de ajudar o meio ambiente da cidade. Julia colocou o nome com VITA maiúsculo para associar a palavra vida e para homenagear a sua avó.
Confira algumas fotos:
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