O Egito, que sedia as negociações climáticas da COP27, lançou nesta terça-feira (8) um plano global para ajudar as comunidades mais pobres do mundo a resistir aos impactos do aquecimento global.
Revelando a Agenda de Adaptação de Sharm-El-Sheikh, batizada em homenagem à cidade turística egípcia onde as negociações estão sendo realizadas, o plano estabelece 30 metas a serem atingidas até o final da década para melhorar a vida de 4 bilhões de pessoas.
A esperança é que, ao estabelecer metas em temas como alimentos e agricultura, água e natureza, litorais e oceanos, os setores público e privado trabalhem com objetivos comuns e acelerem a adaptação às mudanças.
Metas urgentes destacadas pela presidência da COP27 incluem levar o mundo para práticas agrícolas mais sustentáveis que podem aumentar os rendimentos em 17% e reduzir as emissões em 21%.
Outras metas incluem proteger 3 bilhões de pessoas de eventos climáticos catastróficos, instalando sistemas de alerta precoce para ajudá-los a se preparar, investir US$ 4 bilhões de dólares na restauração de manguezais, que protegem contra inundações, e expandir as opções de cozinha limpa para 2,4 bilhões de pessoas para reduzir a poluição do ar interno.
No total, o plano busca mobilizar até US$ 300 bilhões por ano de investidores públicos e privados. Por outro lado, os maiores bancos multilaterais de desenvolvimento do mundo gastaram US$ 17 bilhões em financiamento de adaptação para países mais pobres em 2021, mostrou um relatório dos credores publicado no mês passado.
A maior parte do financiamento climático vai para os esforços de mitigação, como a redução das emissões, apesar dos apelos da Organização das Nações Unidas (ONU) de que metade de todo o financiamento deve ser canalizado para ajudar os países vulneráveis a se adaptarem.
“A Agenda de Adaptação de Sharm-El-Sheikh é um passo crítico na COP27”, disse o presidente da COP27 e ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry.
“A presidência da COP27 há muito articulou nosso compromisso de reunir atores estatais e não estatais para progredir na adaptação e resiliência para os 4 bilhões de pessoas que vivem nas regiões mais vulneráveis ao clima até 2030”. –