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Aumenta mortalidade materna no Brasil pela covid-19

SUS recebe R$ 260 milhões para atendimento a gestantes.

Por: Agência Brasil
29/08/2020
SYDNEY, NSW - JUNE 07: A pregnant woman holds her stomach June 7, 2006 in Sydney, Australia. Australia is currently enjoying a baby boom, with the Australian Bureau of Statistics registering a 2.4% increase in births from 2004 to 2005, which represents the highest number of births since 1992. The Australian Federal Government has been encouraging people to have more babies, with financial incentives and the slogan by treasurer Peter Costello to "have one for mum, one for dad, and one for the country". The Federal Government has identified falling fertility rates and the ageing population as long-term problems for Australia's growth and prosperity. (Photo by Ian Waldie/Getty Images)

Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, foram identificadas 6 mil gestantes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 2,7 mil infectadas com o novo coronavírus. O sistema da pasta registra também 221 mortes por SRAG, com 155 de mulheres com covid-19. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) durante entrevista online.

Testagem

As gestantes devem ser testadas para covid-19, mesmo se não apresentarem sintomas de infecção pelo novo coronavírus. A orientação faz parte de um conjunto de ações para este público e puérperas durante a pandemia previsto em portaria publicada nesta semana pelo Ministério da Saúde e em manual sobre o tema que será divulgado em breve.

Em entrevista online, gestores do órgão apontaram a necessidade de cuidados específicos com estas mulheres. Eles mencionaram estudo do Centro para Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos segundo o qual gestantes têm maior probabilidade de agravamento com internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), necessidade de ventilação e até mesmo evolução para morte.

Ainda conforme a pesquisa do CDC, gestantes com covid-19 possuem risco 1,5 vez maior de ir para a UTI e 1,7 mais chances de necessitar de ventilação mecânica do que as demais mulheres.

Por isso uma das medidas é a testagem, para identificar se a paciente foi infectada ou não. As orientações do Ministério da Saúde também incluem a importância de isolar a gestante para evitar a contaminação.

“Cabe ao poder público oferecer o isolamento. Pode ser em hotel, em casa de gestante. Mas aquela paciente precisa tomar todos os cuidados para não ser infectada”, destacou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Parente.

A professora titular do departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e coordenadora do grupo que elaborou o manual de orientações, Rosiane Mattar, enfatizou a importância de manter o pré-natal, mesmo no cenário de pandemia.

“As grávidas precisam ser atendidas no pré-natal porque elas têm outras comorbidades ou podem ter dúvida. Para fazer isolamento uma parte do atendimento pode ser por teleatendimento.  Se é de baixo risco pode ficar em uma maternidade de baixo risco. Se tem quadro com algum agravamento, deve ir para hospital com UTI”, sugeriu.

Como mencionou a professora, as recomendações do Ministério da Saúde incluem a disponibilização de estruturas de atendimento como UTIs para o caso de agravamento. Rosiane Mattar afirmou que a covid-19 não implica a necessidade de cesariana. Mas pode aumentar a indicação. “Só que este procedimento pode acabar piorando a situação do paciente”, alertou.

O ministério anunciou ações da pasta para este público, como incentivo de R$ 800 para equipes da atenção primária com gestantes cadastradas, de R$ 7.280 para apoiar o isolamento de grávidas e puérperas e de R$ 10 mil para casas de gestante, bebê e puérpera em funcionamento para medidas de prevenção à covid-19.

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