Pesquisar
Close this search box.

Bolsonaro descarta participação do Brasil em intervenção na Venezuela

"A possibilidade [de o Brasil participar de um ação militar] é próxima de zero, quase impossível. Não tivemos, até o momento, nenhum comunicado, por parte do governo americano, demonstrando que essa linha seria adotada por eles", disse Bolsonaro.

Por: Correio Nogueirense
01/05/2019
Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro voltou a negar que o Brasil participará de alguma intervenção militar na Venezuela, ainda que de forma indireta. Ele concedeu uma entrevista ontem (30) ao programa Brasil Urgente, apresentado pelo jornalista José Luiz Datena, na TV Band. O assunto veio à tona depois que o autoproclamado presidente venezuelano, Juan Guaidó, tentou articular a tomada do poder no país vizinho, com o apoio de alguns setores militares desertores do governo de Nicolás Maduro.

“A possibilidade [de o Brasil participar de um ação militar] é próxima de zero, quase impossível. Não tivemos, até o momento, nenhum comunicado, por parte do governo americano, demonstrando que essa linha seria adotada por eles”, disse Bolsonaro. Segundo o presidente, ainda há espaço para uma solução negociada na Venezuela.

“Não é nossa tradição [intervir] e entendemos que tem muito espaço ainda para ser negociado para conseguir-se, de forma pacífica, o restabelecimento da democracia e devolver a liberdade aos nossos irmãos venezuelanos”, acrescentou.

Bolsonaro disse que, se os governo dos Estados Unidos quisesse usar parte do território brasileiro para uma intervenção armada na Venezuela, o assunto seria levado ao Conselho de Defesa Nacional. “Ele [Donald Trump] querendo usar o território brasileiro, eu convocaria o Conselho Nacional de Defesa, ouviria todas as autoridades do conselho e tomaria uma decisão. A hipótese de participarmos, mesmo que de forma indireta, de uma intervenção armada, é muito difícil, não vou dizer que é zero, mas é próxima de zero”, ressaltou.

Posse de armas

O presidente também a edição de um novo decreto, na semana que vem, para regulamentar a posse de armas para donos de imóveis rurais. Segundo Bolsonaro, o proprietário rural poderá usar arma de fogo em todo o perímetro da propriedade, e não apenas na sede. Sobre flexibilizar o porte de armas, que permite a cidadãos circularem armados, o presidente reafirmou tratar-se de uma decisão do Poder Legislativo.

“A questão do porte, a sua amplitude maior, passa pelo Parlamento brasileiro. E acho que hoje em dia há clima para flexibilizar bastante o porte de arma de fogo”, disse.

Bolsonaro voltou a afirmar que existe um projeto pronto para ser enviado ao Congresso Nacional para garantir o excludente de ilicitude para quem atira contra invasor de propriedade privada, seja urbana ou rural.

“Nós temos um projeto pronto, na iminência de mandar para o Congresso, onde o que estaria garantido ali? Eu chamo de excludente de ilicitude, você responde, mas não tem punição. Você tem o direito de atirar em alguém em defesa da sua vida ou de terceiros, em defesa da tua propriedade privada ou de terceiros”, afirmou.

Previdência

Sobre a reforma da Previdência, o presidente afirmou que, se não houver a mudança, o sistema de aposentadorias do país poderá entrar em colapso em até três anos. “Eu confesso que era contra a reforma. Chegando ao governo, tomei conhecimento dos números de forma bastante clara. Nós quebramos a Previdência, no máximo em 2022, se nada for votado no sentido de reformá-la a partir de agora.”

O presidente voltou a destacar que o projeto do governo busca reduzir a alíquota de contribuição para as menores faixas de renda e aumentar as alíquotas de quem ganha mais, além do estabelecimento das idades mínimas para de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres.

Impostos

Bolsonaro também voltou a negar que o governo vá aumentar impostos, especialmente para igrejas. O assunto foi cogitado em entrevista do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, ao jornal Folha de S.Paulo, publicada ontem (29). De acordo com a reportagem, na proposta de reforma tributária em estudo no governo, a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento será substituída por um novo tributo, que vai incidir sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, e será rateado entre as duas pontas da operação (quem paga e quem recebe). A publicação informa ainda que o novo tributo, chamado de Contribuição Previdenciária (CP), deve incidir até mesmo sobre o dízimo pago pelos fiéis às igrejas, além daqueles que têm imunidades constitucionais, como instituições religiosas e filantrópicas.

“Foi muito infeliz o nosso secretário da Receita em falar em novo imposto. O que podemos [fazer], logicamente, se você extinguir meia dúzia, 10 ou 15 impostos, é outro imposto com outro nome, isso pode acontecer e é bom para todos nós, nos livrarmos dessa brutal burocracia”, disse Bolsonaro ao apresentador Datena, durante a entrevista.

Comentários

Veja também