Moradores de Artur Nogueira, Alexandre da Cunha Claro e Thais da Silva Claro, viajaram a passeio para o Equador e conta as dificuldades que tiveram para conseguir retornar ao Brasil por causa do cancelamento de voos das companhias aéreas por conta do novo coronavírus. O casal está na província de Tungurahua, que fica a uma hora de Quito.
Alexandre conta que ele e a esposa chegaram no Equador em fevereiro e tinham previsão de volta em março. “Chegamos aqui no dia 29 de fevereiro, e iríamos voltar no dia 20 de março, o covid-19 só estava no Oriente Médio, aqui no Equador não tinha notícias, o nosso desembarque foi normal, muito tranquilo, o primeiro caso aqui foi confirmado no dia 13 de março”.
Segundo ele, a empresa cancelou o voo e remarcou para abril e depois para maio. “No sábado entrei em contato com a empresa responsável pelo voo, e nos avisaram que tinha sido cancelado e remarcado para o dia 6 de abril, mas logo a empresa entrou em contato novamente nos avisando que o voo seria remarcado para o dia 20 de maio”.
O casal conta que a população cumpre medidas de isolamento para evitar o aumento dos casos de Covid-19. Segundo ele, os turistas precisam seguir as orientações do governo equatoriano. “Aqui está bem complicado, tem toque de recolher, começa às 14h e vai até às 5h da manhã, nesse horário não pode ficar ninguém na rua, porque se a polícia pegar, vai preso”.
“Aqui somente mercado e farmácia estão abertos, dentro dos horários permitidos, porque no horário do toque de recolher não pode ficar nada aberto. Para entrar no local, tem que usar máscara e luva, em alguns lugares pedem para limpar os pés no cloro antes de entrar no estabelecimento, e só entra 2 pessoas por vez”, explicou Alexandre.
Hoje (29), se completam trinta dias que o casal está no país, eles contam que a maior dificuldade é falta de dinheiro. “Hoje faz um mês que estamos aqui, eu e minha esposa, estamos na casa de amigos, porém, estamos gastando com a alimentação, e aqui tudo é em dólar, então fica pesado, não temos mais dinheiro e estamos utilizando o cartão de crédito. A gente não consegue mais câmbio. Também não tem como transferir dinheiro para cá. Não tem mais dólar disponível”.
Alexandre conta que entrou em contato com a Embaixada Brasileira, mas não conseguia ter confirmação de quando iriam conseguir retornar para Artur Nogueira, mas depois de muita conversa, conseguiram o voo. “Entrei em contato com a Embaixada, porém eles não passavam data prevista do voo, mas graças a Deus, e a oração dos nossos amigos e família, ontem veio a confirmação, conseguimos um voo para o dia 31 de março às 13h20. Ficamos das 11h da manhã até às 18h para conseguirmos acertar as coisas”.
Alexandre finaliza deixando um recado para os moradores de Artur Nogueira. “Que possamos criar o hábito de lavar as mãos mais vezes, além de usar álcool em gel. Aquelas pessoas que forem do grupo de risco, os idosos e as crianças, fiquem em casa”.
Além do casal de Artur Nogueira, Alexandre nos relatou que tem pessoas de Indaiatuba, Piracicaba, Nova Odessa, São Paulo e Ribeirão Preto. São cerca de 140 brasileiros no Equador, que também vão voltar junto com eles para o Brasil, 10 deles são paratletlas. O voo está marcado para terça-feira (31), às 13h20.
