CBF anuncia novo calendário do futebol

Mudanças promovidas pela entidade envolvem redução de datas dos Estaduais, diminuição de jogos para os clubes da Série A com competições continentais e aumento de partidas e oportunidades para as divisões de acesso.

Por: Correio Nogueirense
01/10/2025

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou na manhã desta quarta-feira (30) o calendário do futebol profissional masculino brasileiro para a temporada de 2026 e o planejamento até 2029, na sede da entidade, no Rio de Janeiro.

O evento contou com a abertura do presidente da CBF, Samir Xaud, que destacou que o calendário nacional era uma das prioridades de sua gestão, e com a apresentação do diretor de Competições, Julio Avellar, que apresentou as mudanças.

“O processo de elaboração do novo calendário foi amplamente debatido. A CBF ouviu clubes, federações, representantes do mercado, e contou com a colaboração de diversas áreas internas. Aqui, quero especialmente fazer um agradecimento às federações, pela compreensão e parceria. Foi um trabalho coletivo, técnico e transparente. 2026 ainda será um ano de transição, mas toda caminhada precisa de um primeiro passo. Este primeiro passo será dado hoje”, afirmou o presidente da CBF, Samir Xaud.

“Gostaria de exaltar a coragem do presidente Samir em promover mudanças tão profundas num assunto de tanta importância como o calendário do futebol brasileiro. Demos o primeiro passo na redução do excesso de jogos para clubes de Série A e ao mesmo tempo vamos promover mais oportunidades para federações e clubes em competições nacionais, democratizando o futebol brasileiro. Times que passavam meses inativos, após seus Estaduais, agora terão competições nacionais para jogar”, disse Julio Avellar, diretor de Competições.

O principal objetivo é garantir mais racionalidade e equilíbrio ao calendário, oferecendo mais jogos à base da pirâmide do futebol brasileiro, e reduzir o número de partidas disputadas pelos clubes da Série A. Desta forma, a entidade:

– Aumentou o número de participantes da Copa do Brasil e diminuiu o número de datas para clubes da Série A;

– Reduziu os campeonatos estaduais de 16 para 11 datas, com manutenção do período de duração de 11 de janeiro a 8 de março);

– Reformulou e ampliou as vagas para a Série C, a partir de 2027, e a Série D, já no próximo ano;

– Estipulou um calendário específico para os campeonatos regionais, sem sobrepor os campeonatos estaduais, adotou um novo formato para a Copa Verde, retomando a Copa Norte e criando a Copa Centro-Oeste, e promoveu a criação da Copa Sul-Sudeste;

– Manteve o formato e antecipou os começos das Séries A e B, que serão paralisadas durante a Copa do Mundo Masculina;

– Definiu que clubes participantes de competições continentais não disputam torneios regionais.

Em 2024, os 20 clubes da Série A estiveram entre os 21 com mais jogos no ano em todo o mundo, dos quais sete disputaram pelo menos 70 partidas: Red Bull Bragantino, Corinthians, Flamengo, Fortaleza, Athletico-PR, Atlético-MG e Botafogo. Ampliando o recorte para os 40 que mais entraram em campo, times do Brasil jogaram, em média, 67,4 partidas, e os demais deste escopo, 57,2.

Enquanto estas equipes se viam em um contexto de sobrecarga de jogos, outras estavam subutilizadas, cujo ano permitia o uso de mais datas. Dos 882 clubes registrados na CBF, atualmente 124 disputam as quatro Séries do Campeonato Brasileiro, número que representa que 14% das equipes têm um calendário nacional.

No novo calendário, a CBF visa proporcionar um crescimento esportivo e técnico às equipes, dar mais robustez e previsibilidade ao calendário, fomentar a performance e o planejamento, tornar as competições mais atrativas para investimentos e torcedores e valorizar os produtos da entidade, além de estimular a cadeia produtiva do esporte e a geração de empregos.

IMPACTOS DO NOVO CALENDÁRIO DO FUTEBOL PROFISSIONAL MASCULINO BRASILEIRO EM 2026:
– Redução de até 15% no número de partidas por temporada de clubes da Série A;

– Aumento de 26% em clubes com divisão nacional;

– Criação de 82 novas vagas para competições organizadas pela CBF;

– Ampliação do investimento em competições para R$ 1,3 bilhão;

– Salto de 11% na quantidade de jogos organizados pela CBF;

– Participação das 27 Federações Estaduais em competições regionais.

O calendário foi desenhado tendo em vista os calendários divulgados por FIFA e Conmebol, os desafios que um país de dimensões continentais como o Brasil impõe e a tendência de aumento das competições internacionais, casos da Copa do Mundo Masculina, que saltou de 32 para 48 países, e da Copa do Mundo de Clubes, disputada pela primeira vez entre junho e julho deste ano.

VEJA AS MUDANÇAS:
ESTADUAIS
– Início em 11 de janeiro e término em 8 de março

– Redução de 16 para 11 datas do calendário nacional

– Liberação do calendário, menos desgaste físico dos atletas, economia para clubes de menor investimento, mais equilíbrio com capacidades de investimento diferentes e valorização técnica dos estaduais

2ª Fase: Entrada de 74 clubes melhores ranqueados no Critério 3 – Jogos de ida e volta – 88 clubes e 44 jogos

3ª Fase: Entrada dos campeões de Copa do Nordeste, Copa Verde e das Séries C e D – Partida única – 48 clubes e 24 jogos

4ª Fase: 24 clubes classificados a partir dos duelos da 3ª fase – Partida única – 12 jogos

5ª Fase: Entrada dos 20 clubes da Série A – Jogos de ida e volta – 32 clubes e 32 jogos

Oitavas de Final: 16 clubes classificados a partir da 5ª fase – Jogos de ida e volta – 16 partidas

Quartas de Final: 8 clubes classificados a partir das oitavas de final – Jogos de ida e volta – 8 partidas

Semifinal: 4 clubes classificados a partir das quartas de final – Jogos de ida e volta – 4 partidas

Final: Decisão do título entre os finalistas em partida única

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