Pesquisar
Close this search box.

Como estimular as funções executivas

Hoje nossa querida neuropsicóloga Dra. Celina Vallim vai falar sobre a importância das funções executivas e como ela pode ser desenvolvida. Confira.

Por: Dra. Celina Vallim
26/09/2019

Vamos falar mais um pouco sobre a importância das funções executivas e como ela pode ser desenvolvida através da interação saudável com a criança, de brincadeiras e jogos.

As Funções Executivas  é uma das funções do cérebro que regula nossas ações  e direcionam o planejamento, a capacidade de raciocínio e a integração de pensamento e ação. Essas funções influenciam sobre a manutenção da concentração nas atividades, na retenção das informações e articulação mental, bem como evitar aqueles pensamentos desviantes para alcançar objetivos.

Essas funções podem ser divididas em três categorias de competências:

Autocontrole: capacidade de resistir a vontade de fazer algo que  deseja em prol de um objetivo ou de outra atividade mais necessária no momento.

Memória de trabalho: habilidade de reter informações temporariamente na memória e conseguir articulá-las mentalmente.

Flexibilidade cognitiva: capacidade de se usar o pensamento criativo e adaptação a mudanças.

As pessoas já nascem geneticamente pré-dispostas a desenvolverem as funções executivas, porém essas funções não nascem prontas e levam bastante tempo a amadurecer. É especialmente na infância que esse desenvolvimento acontece e o meio no qual a criança está inserida constitui-se como um dos principais fatores que influenciará sobre o desempenho dessas funções.

Ambientes estimulantes, como pais carinhosos e presentes que interagem o máximo possível com seus filhos, contribuem para um maior desenvolvimento potencial  das funções executivas, o qual é essencial visto que estas funções servem como indicadores de êxito ao longo da adolescência e juventude.

Os  comportamentos autorreguladores, demonstrados na primeira infância prevêem as habilidades sociais, portanto compreende-se que uma criança que tem uma boa capacidade de conter seus impulsos (consegue se conter e não chorar de raiva quando seu brinquedo é tomado, por exemplo) saberá se relacionar melhor com aqueles à sua volta na vida adulta.

Um déficit no desenvolvimento das funções executivas pode justificar comportamentos inadequados, como quando uma criança se joga no chão no mercado porque sua mãe diz que não comprará o doce que ela queria e até mesmo o baixo rendimento escolar. Portanto é um importante criar um ambiente mais rico e estimulante para o desenvolvimento dessas funções.

Várias atividades podem contribuir com o desenvolvimento das funções executivas, como a rotina escola, a prática de atividades físicas, a interação social e a interação com jogos. Desse modo, ao considerarmos as relações entre as funções executivas e o uso de jogos é oportuno destacar que o jogo tem o papel de contribuir com o desenvolvimento da função cerebral básica de autocontrole, isto é, a capacidade que os sujeitos têm de controlar seus próprios comportamentos para alcançar um objetivo.

O uso de jogos com a finalidade de trabalhar as funções executivas, exercita as habilidades cognitivas, possibilita também o exercício de habilidades emocionais e sociais, visto que o jogar pode envolver a interação social, a colaboração, a construção de bagagem emocional pelo fato de ter que lidar com a derrota ou a vitória, a negociação, a oposição, o conflito,  entre outros.

Comentários

Veja também