O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) abriu, nesta terça-feira (23), o processo que vai analisar uma eventual punição do deputado Frederico D’Ávila (PSL), que ofendeu o Papa Francisco há dois meses, no feriado de Nossa Senhora Aparecida. A representação pela cassação do mandato de D’Ávila é de autoria do deputado estadual Raul Marcelo (PSOL).
“É inadmissível que um parlamentar faça um discurso absurdo deste na Casa do Povo. Pedofilia é um crime bárbaro e ele cometeu quebra de decoro ao ligar tal transgressão aos bispos, à Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e ao Papa Francisco. Discursos como este incitam a violência e não podemos permitir”, afirmou o deputado Raul Marcelo, autor da representação contra o deputado bolsonarista.
Entenda o caso
No feriado de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, afirmou durante a principal missa das comemorações no santuário que “para ser pátria amada não pode ser pátria armada”.
No mesmo dia, em um discurso no plenário da Alesp, o deputado Frederico D’Ávila fez referência a este discurso, e promoveu as ofensas ao papa e ao arcebispo.
Em um discurso no plenário da Alesp, ele chamou o Papa de “vagabundo”, o arcebispo de Aparecida de “vagabundo” e “safado”, os religiosos da Igreja Católica de “pedófilos safados” e disse que a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) “é um câncer”.