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Contas rejeitadas de Vicensotti vão à votação hoje

A Câmara de Vereadores de Artur Nogueira vota hoje o parecer negativo do TCE (Tribunal de Contas do Estado) referente às contas do município do ano de 2017 – gestão Ivan Cleber Vicensotti.

Por: Correio Nogueirense
17/05/2021

A Câmara de Municipal de Artur Nogueira vota hoje (17) o parecer negativo do TCE (Tribunal de Contas do Estado) referente às contas do município do ano de 2017 – gestão Ivan Cleber Vicensotti.

A Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara Municipal de Artur Nogueira decidiu, no dia 28 de abril, emitir parecer desfavorável às contas do ex-prefeito Ivan Cleber Vicensotti (PSB) relativas ao primeiro ano de seu mandato e acolheram o parecer do tribunal e recomendaram a manutenção da reprovação. Se a recomendação for obedecida, o prefeito poderá ficar inelegível por oito anos, não-cumulativos. Hoje, estaria impedido de concorrer a cargo público até 2024. Para que o parecer seja rejeitado é necessário que pelo menos 2/3 dos vereadores votem contra.

A comissão é formada pelos vereadores Melinho Tagliari (DEM), que é relator da matéria, Tenente Marcelo (PSL) e Zé da Elétrica (Patriota).

O ex-prefeito terá direito a proceder a defesa oral, pessoalmente ou por meio de representante. Vicensotti não apresentou sua defesa para a Comissão da Câmara, ele não foi notificado, pois, não foi encontrado, para a notificação, porém, mesmo sem ser notificado, se ele for à Câmara poderá fazer sua defesa oral, ou, seu representante.

De acordo com a decisão, a Comissão entendeu que foram encontradas diversas irregularidades:

– Ausência de recolhimentos e do RPPS (que consideramos prejudicial);

– Superfaturamento de preços (produtos alimentícios), em patamar elevado;

– Realização de contratação de elevada monta (R$ 490.000,00) sem licitação (empresa Era técnica), sem contrato e sem comprovação do serviço prestado;

– Realização de contratação de forma retroativa, empresa Alessandro Roberto Garcia, pelo valor de R$ 95.896,00 (empresa de eventos), ou seja, contratação feita em maio para serviço realizado em abril (aniversário da cidade),

– Caso de suposto nepotismo da Secretária de Educação, que é irmã do gestor da época.

– Outro ponto que chamou a atenção e encontram-se no relatório foi o total descontrole das horas extras realizadas por servidores, nos percentuais de 50% e 100% em total inobservância a legislação.

– A má conservação e falta de manutenção dos prédios públicos também foi objeto de apontamento, em especial, os prédios da saúde.

O parecer com a decisão será encaminhado ao plenário da Câmara Municipal de Artur Nogueira, que decidirá se aprova ou não as contas no exercício ano 2017.

 

Confira o parecer com a decisão final da Comissão na íntegra:

Em análise ao Processo TC-6821.989.16-7, referente às Contas de 2017, da Prefeitura Municipal de Artur Nogueira, e, em consonância com o relatório desta Comissão, bem como do parecer prévio emitido pelo E. TRIBUNAL PLENO do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, decide a COMISSÃO DE ORÇAMENTO, FINANÇAS, CONTABILIDADE, OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS, por unanimidade, EXARAR PARECER DESFAVORÁVEL às Contas do exercício 2017, da Prefeitura Municipal de Artur Nogueira.

À Presidência desta Casa Legislativa para notificação do ex-gestor deste parecer e intimação para sustentação oral, e, consequente inclusão na pauta para sessão de julgamento, conforme determina o art. 272, § 4º, do Regimento Interno.

 

Decisão do Tribunal de Contas do estado de SP

Em decisão tomada em sessão realizada no dia 12 de novembro de 2019, e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo somente no dia 29 de setembro de 2020, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) reprovou as contas do Prefeito de Artur Nogueira, Ivan Cleber Vicensotti, referentes ao ano de 2017.

O último recurso solicitado pelo Chefe do Executivo foi negado pelo TCE.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) divulgou um relatório reprovando as contas apresentadas pela Prefeitura de Artur Nogueira (SP) referentes a 2017, primeiro ano do prefeito Ivan Cleber Vicensotti (PSB) à frente da Prefeitura. Dentre as irregularidades apontadas, pela procuradora de contas Letícia Formoso Delsin Matuck Feres, estão nepotismo em relação a irmã do Chefe do Executivo e secretária municipal de educação Elaine Vicensotti, a grande quantidade de funcionários remunerados pela realização de horas extras acima de 2 horas/dia e contratação de empresa sem comprovação de execução dos trabalhos.

No despacho do dia 12 de novembro de 2019, a procuradora de Conta Letícia Feres observou que “A Sra. Elaine Vicensotti Boer, irmã do Prefeito Municipal, ocupa, desde 02/01/2017, o cargo de Secretária Municipal de Educação, o que configura a prática de nepotismo, em flagrante desrespeito à Súmula Vinculante n. 13 do STF e aos princípios contidos no Art. 37, caput, da Constituição Federal”.

Na avaliação, a representante do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo apontou que foram pagos R$ 490.000,00 sem apresentação de qualquer documento probatório da real prestação do serviço. “Inexistiu processo licitatório ou mesmo processo de “dispensa de licitação” para a referida contratação. Não houve nem mesmo contrato e não foi apresentada documentação comprovando da prestação do serviço”.

Ainda dentro da avaliação das contas do município, o TCE questionou que o município não atingiu a meta IDEB do município no ano da última avaliação. “Menos de 25% dos alunos de pré-escola e dos anos iniciais concluíram o ano letivo em período integral durante o exercício de 2017 (Meta 6 do PNE)”.

Determinou, as regularizações anunciadas no Quadro de Pessoal e o esclarecimento das investigações em curso nos setores de Almoxarifado e Saúde.

Na época, entramos em contato com o prefeito Ivan Cleber Vicensotti, mas não obtivemos resposta.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) rejeitou um recurso contra o parecer desfavorável das contas da Prefeitura de Artur Nogueira em 2017, em sessão no Tribunal Pleno, no dia 02 de setembro de 2020.

A defesa do chefe do Executivo, Ivan Cleber Vicensotti (PSB), entrou com um pedido de reexame, argumentando a decisão do parecer desfavorável, mas o tribunal apontou que as argumentações não foram suficientes para reverter a situação referente a 2017.

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