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Daiane Mello: por um fim à violência que silencia nossas mulheres

Os 16 Dias de Ativismo nos convidam a refletir sobre a violência contra a mulher e a fortalecer ações de proteção e acolhimento em Artur Nogueira

Por: Correio Nogueirense
27/11/2024

Daiane Mello

Artur Nogueira   Era madrugada em Artur Nogueira quando a violência cruzou os portões de uma casa. Solange foi morta a facadas pelo homem com quem dividiu anos de vida. Um crime que não é apenas uma tragédia individual, mas o reflexo de um problema que atravessa nossa sociedade: a violência contra a mulher.

Solange foi silenciada de forma brutal, mas a história dela não pode ser enterrada com ela. Ela representa as mulheres que vivem o medo diário, que suportam gritos, ameaças, insultos e, em muitos casos, agressões físicas.

Violência não é só o tapa ou o golpe. É também a palavra que fere, o controle sufocante, a humilhação constante. É o abandono econômico que aprisiona, o assédio que desumaniza. Cada uma dessas formas de violência tem um rosto e um nome. Cada uma rouba um pedaço da dignidade e da liberdade de milhares de mulheres.

Os 16 Dias de Ativismo contra a Violência à Mulher nasceram justamente para dar voz a essas histórias e promover uma reflexão profunda.

Criada em 1991, essa campanha global nos convida a enxergar a realidade além dos números. Sim, os dados são assustadores: no Brasil, uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete horas.

Mas por trás das estatísticas estão vidas como a de Solange – histórias interrompidas, famílias despedaçadas e sonhos que jamais se concretizarão.

Enquanto sociedade, precisamos nos perguntar: por que ainda permitimos isso? Por que tantos de nós ignoramos os sinais? Por que tantas mulheres ainda têm medo de buscar ajuda, temendo ser desacreditadas ou, pior, revitimizadas? A violência contra a mulher não é um problema delas. É um problema nosso, de todos nós.

Como mulher e como agente pública, vejo que cada passo para mudar essa realidade importa. Mas as políticas públicas, as leis e os serviços de apoio só funcionarão se vierem acompanhados de uma mudança cultural. Precisamos educar nossas crianças sobre respeito, criar espaços onde as mulheres sejam ouvidas e acolhidas, e, acima de tudo, enfrentar o silêncio que ainda cerca esse tema.

Aos homens, fica o convite para refletirem sobre seus comportamentos e assumirem seu papel na construção de uma sociedade mais justa. Às mulheres, quero dizer: vocês não estão sozinhas. Não importa o tamanho do medo, há uma rede de apoio pronta para ajudar.

Aqui em Artur Nogueira, queremos que cada mulher saiba que sua vida importa, que há dignidade em pedir ajuda e coragem em recomeçar.

Solange não está mais aqui para lutar por si mesma. Mas que seu nome ecoe como um chamado à ação, como um lembrete de que não podemos aceitar que o silêncio e o medo continuem a moldar a vida de tantas mulheres. Que os 16 Dias de Ativismo sejam mais do que um marco no calendário. Que sejam um compromisso vivo com o respeito, a empatia e a coragem de dizer: basta.

PALESTRA EM ARTUR NOGUEIRA

Como parte dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Prefeitura de Artur Nogueira, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e da Coordenadoria de Apoio e Direitos da Mulher, promoverá uma palestra especial com a Delegada Terezinha.

Será um momento de aprendizado, reflexão e mobilização para construirmos uma sociedade mais segura e justa para todas as mulheres.

Quando: Quinta-feira, 28 de novembro, às 19h30
Onde: ABBA Eventos – Alameda Vereador João Cantarelli, 325, Nova Artur

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