O Movimento Pró Matriz, encaminhou, para o Correio Nogueirense, uma nota em que rebate as declarações de Dom Vilson Dias, Bispo da Diocese de Limeira, sobre a reforma da igreja Matriz.
Na entrevista dada ao Correio ontem (05), com exclusividade, Dom Vilson diz que o prédio da igreja Matriz por não ter 100 anos não é patrimônio histórico e sim patrimônio sentimental. “A igreja não é considerada histórica, pois o patrimônio não possuí mais de cem anos. O local precisa de reformas, no caso de igrejas antigas, precisa haver tombamento para conseguir recursos, através de empresários, etc. Ela pode ter um problema afetivo, as pessoas que gostavam da igreja desde aquele tempo”.
Segundo a nota do Movimento Pró Matriz, enviada ao Correio a afirmação de Dom Vilson deixa triste toda a cidade ” Entristece a afirmação equivocada do nosso Pastor Diocesano”.
De acordo com o comunicado, a reforma da Matriz não foi divulgada devidamente ao povo nogueirense, nem à comunidade católica, acerca da total descaracterização de sua identidade.
O Movimento Pró Matriz pede o diálogo com todas as autoridades competentes. “O que desejamos é exatamente o diálogo, através do qual todos, fiéis, população, Padre, Bispo e Autoridades, perceberão que a execução do projeto na forma que está amputará na alma e no coração da história nogueirense”.
O Movimento acredita que é possível fazer mais, gastando menos. “A proposta do Movimento, além de atingir os objetivos apresentados, permitirá uma DRÁSTICA REDUÇÃO DOS CUSTOS diminuindo os esforços da comunidade numa época imprópria para grandes gastos”.
O grupo pede o diálogo para que tudo possa ser resolvido em paz. “Aguardamos ansiosamente pela agenda de diálogo e conversação, com os responsáveis pela obra, Padre, Bispo e autoridades. Afim que tudo possa ser resolvido e conduzido na Paz de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Leia, a seguir, a íntegra da nota enviada pelo Movimento Pró Matriz:
NOTA OFICIAL DO MOVIMENTO PRÓ MATRIZ ACERCA DAS DECLARAÇÕES DO BISPO DIOCESANO de 05 de outubro de 2.018. PAZ e BEM a TODOS!
A “Declaração em Defesa da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores de Artur Nogueira”, emitida e tornada pública na última terça feira pelo Movimento Pró Matriz possui extensa fundamentação acerca dos motivos que nos levam a discordar das declarações do nosso prezado Bispo Diocesano Dom Vilson Dias de Oliveira.
A emancipação do município de Artur Nogueira deu-se em 24 de dezembro de 1948 e sua instalação em 10 de abril de 1949, momento em que nossa Igreja Matriz já existia e fez parte até do nascimento da história da cidade de Artur Nogueira.
Nos entristece a afirmação equivocada do nosso Pastor Diocesano de que o simples fato do prédio não possuir 100 (cem) anos o torna sem valor histórico para a Diocese de Limeira, quando a história da cidade de Artur Nogueira comemorou agora em 2018 seus 69 (sessenta e nove) anos de emancipação.
Afirmamos com PAZ DE ESPÍRITO que a nossa Igreja Matriz é o prédio de MAIOR VALOR HISTÓRICO DA CIDADE DE ARTUR NOGUEIRA e não aceitamos a DESTRUIÇÃO DA SUA IDENTIDADE HISTÓRICA.
A reforma divulgada não foi devidamente esclarecida ao povo nogueirense, nem tampouco à comunidade católica, acerca da TOTAL DESCARACTERIZAÇÃO de sua identidade e o Movimento Pró Matriz foi constituído para que isso não aconteça de forma tão simplicista e inconsequente.
Como já foi afirmado anteriormente, o movimento não é contra a reforma e concorda plenamente que investimentos podem e devem ser realizados para sua adequação e para melhor acolhimento dos fiéis e seus frequentadores.
Talvez nossa declaração não tenha sido lida e interpretada em sua plenitude, pois a fala do Bispo remete ao pensamento de que o nosso Movimento está dissonante do pensamento da comunidade e pede para que dialoguemos com a comunidade e com o Padre Edson, com a Diocese e com as autoridades constituídas.
Ora, É EXATAMENTE ISSO QUE PEDIMOS! Talvez não seja ainda do conhecimento do nosso prezado Bispo Diocesano, mas o nosso Movimento não está fora da comunidade católica ou nogueirense, ao contrário, É A SUA VOZ diante de acontecimentos que entendemos não estão tornando o processo de reforma justo e transparente nem com o povo católico de Artur Nogueira nem tampouco com o povo nogueirense!
O QUE DESEJAMOS É EXATAMENTE O DIÁLOGO, ATRAVÉS DO QUAL TODOS, FIÉIS, POPULAÇÃO, PADRE, BISPO E AUTORIDADES, PERCEBERÃO QUE A EXECUÇÃO DO PROJETO NA FORMA COMO ESTÁ AMPUTARÁ NÃO PERNAS OU BRAÇOS DA NOSSA HISTÓRIA, SEQUER A CABEÇA, MAS SIM A ALMA E O CORAÇÃO DA HISTÓRIA NOGUEIRENSE.
O Movimento deseja demonstrar aos responsáveis o erro que é prosseguir com a reforma nestas condições.
Será possível atingir os objetivos alegados pelo nosso Bispo Dom Vilson como a acessibilidade para pessoas com “dificuldades como cadeirantes, cegos e idosos”, melhorando a condição de conforto e participação, sem a necessidade de DESTRUIR A SUA IDENTIDADE HISTÓRICA.
Aliás, a proposta do Movimento, além de atingir os objetivos apresentados, permitirá uma DRÁSTICA REDUÇÃO DOS CUSTOS diminuindo os esforços da comunidade numa época imprópria para grandes gastos, como também, e principalmente, SE ALINHA AOS ENSINAMENTOS DO PAPA FRANCISCO que pede humildade e simplicidade no serviço da Igreja.
Entendemos, por ora, que as aprovações pelos órgãos públicos não observaram os cuidados que deveriam ter sido observados no tocante à preservação da identidade histórica de Artur Nogueira.
Finalizando, REAFIRMAMOS que não somos contra a reforma necessária, mas sim A FAVOR da sua realização com a necessária PRESERVAÇÃO DA NOSSA IDENTIDADE HISTÓRICA E RELIGIOSA.
É possível fazer mais, OSTENTANDO menos!
AGUARDAMOS ANSIOSAMENTE PELA AGENDA DE DIÁLOGO E CONVERSAÇÃO, como SOLICITAMOS, com os responsáveis pela obra, Padre, Bispo e autoridades constituídas, a fim de que TUDO POSSA ser resolvido e conduzido na PAZ DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
MOVIMENTO PRÓ MATRIZ.
O Correio Nogueirense entrou em contato com o Padre Edson Tagliaferro, que no momento, prefere aguardar o andamento do processo para depois se pronunciar.
Também entramos em contato com a Diocese de Limeira, mas até o momento não obtivemos resposta, caso a Diocese se pronuncie atualizaremos a matéria.
