Cada vez mais o empoderamento feminino e o feminismo vêm ganhando espaço na mídia. Por um lado, isso vem fomentando debates muito ricos e mostrando como mulheres podem se apoiar para alcançar a igualdade de gênero. No entanto, por outro lado, ainda há relutância em discutir o assunto – daí surge o famoso “o mundo está ficando muito chato”, entre outras frases prontas.
Feminismo: luta por igualdade de gênero
O primeiro preconceito a ser derrubado é o estereótipo que ronda a imagem do que seria uma feminista. Sim, ela pode raspar a cabeça e não se depilar, mas ela também pode cultivar longas madeixas e ser supervaidosa. Sua aparência não define seus princípios na luta por igualdade de gênero.
Também é preciso deixar de lado a história de que “feminismo é o contrário de machismo”. Enquanto a primeira luta pela igualdade de gênero, o segundo apenas prega a superioridade masculina. Por isso, é preciso abaixar a guarda e ouvir, sem dizer que é frescura ou radicalismo – como acontece com aqueles que insistem em usar o termo “feminazi”, em uma clara alusão ao regime nazista.
Igualdade de gênero: ocupar mais espaços
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 31,6% das mulheres concorreram a um cargo eletivo nas eleições gerais de 2018 e somente 290 foram eleitas. Já no âmbito empresarial, vale mencionar um levantamento realizado pela Talenses em 2019, que diz que as mulheres ocupam uma média de somente 19% dos cargos de liderança nas empresas no Brasil.
Ainda segundo a pesquisa, nas organizações presididas por mulheres há apenas uma mulher negra no cargo, nenhuma ocupando a vice-presidência ou conselho e apenas 1% faz parte da diretoria.
A igualdade de gênero não é apenas uma questão social e política, mas, também, econômica: um aumento para pelo menos 30% de mulheres em cargos de liderança está diretamente associado a um aumento de 15% na lucratividade das empresas, segundo um estudo do Peterson Institute for International Economics.
Independência financeira
Infelizmente, muitas mulheres ainda permanecem em casa e, mesmo estando em relacionamentos extremamente abusivos, não podem se libertar por dependerem financeiramente do marido. É preciso lembrar que isso acontece não por má vontade de trabalhar, mas, sim, por diversos fatores, como a culpa em sair de casa e não cuidar dos filhos e o abuso psicológico exercido pelo marido.
Todos estes fatores contribuem para que uma mulher permaneça presa em um relacionamento abusivo, sem independência financeira e fadado à infelicidade. Por isso, minha luta é para que mais mulheres levantem a bandeira da independência financeira: quando tomamos o controle do nosso dinheiro, é mais factível se libertar dessa condição. Não é por acaso que o abuso financeiro está presente em 98% dos casos de violência doméstica nos Estados Unidos, de acordo com dados da All State Foundation.
Para sair dessa situação, é fundamental contar com a ajuda de outras mulheres. Existem diversas maneiras de empoderar outra mulher, começando pelo simples fato de conversar sobre este tema. Outras possíveis soluções são rodas de conversa, trocas de experiências e fortalecimento dessa classe extremamente importante para uma sociedade mais justa e igualitária.
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