O atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Josué Gomes, e seu antecessor, Paulo Skaf, assinaram ontem (26) nota conjunta que promete ser a “superação de divergências” na condução da entidade. Ao longo dos últimos meses, Gomes enfrentou resistência interna de um grupo de sindicatos patronais insatisfeitos com a sua gestão. Em 16 de janeiro, durante a assembleia da Fiesp, votou-se pelo afastamento do atual presidente, o que não foi reconhecido oficialmente.
Gomes assumiu a presidência no ano passado para uma gestão que segue até 2025. Ele substituiu Skaf, que estava há 17 anos no cargo. Apesar de a eleição do atual presidente da Fiesp ter sido apoiada por Skaf, os dois manifestaram posições divergentes nas eleições presidenciais de 2022. Em agosto, a Fiesp, já sob o comando de Josué Gomes, articulou uma carta em defesa da democracia, junto a outras representações empresariais, intelectuais e organizações da sociedade civil. Skaf foi apoiador de Jair Bolsonaro.
A nota conjunta aponta que este momento representou “um dos grandes desafios na história de mais de 90 anos” da entidade. “Assim, decidimos usar toda a nossa energia, capacidade de liderança e de articulação para fortalecer a nossa entidade e impulsionar, a partir dela, o processo de reindustrialização do nosso país, fundamental para o avanço socioeconômico e a realização das mais nobres aspirações de nossa população”, diz o texto.
O documento, assinado a mão pelos dois, indica que a participação de “todos os sindicatos filiados, por meio de suas lideranças” é fundamental para o bom funcionamento da federação. “Também é fundamental que o reconhecimento àqueles setores formados por empresas pequenas e médias, fundamentais empregadoras, seja contínuo e representativo”, acrescentam. Gomes e Skaf concluem pedindo que eventuais diferenças sejam abandonadas.