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Indaiatuba é a 1ª cidade do país a testar nova aplicação de Biolarvicida para combate à dengue

Pulverização espacial acontece na sexta-feira (16) no bairro Jd. Santa Cruz.

Por: Correio Nogueirense
15/08/2019

Dengue, Chikungunya e Zika Vírus estão entre os principais desafios à saúde pública no mundo. Na ausência de vacinas, a única alternativa conhecida para a prevenção é o controle do mosquito transmissor o Aedes aegypti. Dentro desse cenário, Indaiatuba sai na frente com ações de combate à dengue e será a primeira cidade do país a receber um teste de aplicação espacial de larvicida biológico utilizando cepas do Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) em área urbana, utilizando um maquinário novo no mercado para essa aplicação espacial. O teste acontece na sexta-feira (16) no bairro Jardim Santa Cruz, a partir das 6h. A Prefeitura de Indaiatuba enfatiza que o produto não é tóxico para as pessoas e nem para os animais e plantas, pois ele é de origem biológica e age somente na larva do mosquito Aedes aegypti.

O teste será direcionado pela empresa japonesa Sumitomo Chemical do Brasil Representações Ltda que fará a dispersão do ingrediente ativo de Vectobac® WG por meio de veículo pick-up com um equipamento que é novidade no mercado, o Mini Gerador de Aerossol UBV, da empresa Guarany, pulverizando em direção aos imóveis, para alcançar vários ambientes e situações que acumulam água e também criadouros de difícil acesso para a equipe de combate à dengue. A ação não terá custos para o município e de acordo com a empresa, Indaiatuba foi escolhida para este trabalho por conta do trabalho desenvolvido pelo Centro de Operações Contra a Dengue que já utiliza o larvicida BTi e mantém programas de controle do Aedes aegypti durante todo o ano.

De acordo com o coordenador do Programa Municipal do Controle da Dengue, Ulisses Bernardinetti, dentre os métodos de controle existentes, o biológico utilizando cepas do Bti se destaca pela sua eficiência e segurança na aplicação, altamente seguro ao homem, ao meio ambiente e alta eficiência na mortalidade de larvas de mosquitos, aprovado para uso em água potável, recomendado pelo Programa Nacional de Controle da Dengue e também pela Organização Mundial da Saúde. A coordenadora técnica da Sumitomo Chemical, Gabriele Luciana Saqui Medeiros, explica como é a ação do produto. “O ingrediente ativo de Vectobac® WG é composto de cristais proteicos e esporos, que aplicados na água são filtrados e ingeridos pelas larvas. Os cristais interagem com a parede intestinal das larvas, rompendo-as rapidamente, cessando sua atividade, esperando a morte dos insetos em 24 horas, após a aplicação do produto”, detalha.

APLICAÇÃO E ESTUDO

Por meio da parceria entre a Prefeitura de Indaiatuba em conjunto com a empresa Sumitomo Chemical do Brasil Representações Ltda, na sexta-feira (16) o bairro Jardim Santa Cruz será o alvo da aplicação larvicida Vectobac® WG pela atividade de dispersão do biolarvicida. O bairro foi escolhido por conter focos de difícil acesso da equipe.

O objetivo deste bioensaio é avaliar a aplicação do equipamento Mini gerador UBV da Guarany para controle de focos de mosquitos Aedes aegypti em campo. Para isso será simulado pontos de focos de mosquitos na área teste, com colocação de potes antes da aplicação. Serão colocados 100 potes totalizando 5% da área total do teste que também servirá para avaliar o seu alcance e o tamanho das gotas de larvicida que será disperso pelo equipamento para saber a se a carga será letal para as larvas. Uma hora após a aplicação os potes serão coletados e tampados e levados ao laboratório para exposição de larvas L3 de Aedes aegypti.

No início da semana também formam instaladas 18 armadilhas ovitrampas de captura de ovos de mosquitos para realizar o acompanhamento do nível de infestação da área e realizar o monitoramento desses após a aplicação do larvicida, que será por volta de 10 meses.

PROGRAMA MUNICIPAL DO CONTROLE DA DENGUE

O Programa Municipal do Controle da Dengue já vem a quatro anos utilizando larvicidas biológicos para o controle do mosquito Aedes aegypti com sucesso. Este trabalho de pesquisa espacial consistirá na elaboração de vários indicadores que contribuirão para o setor do controle do Aedes aegypti, sendo uma pesquisa pioneira, que poderá ser incluída nas técnicas de controle do vetor utilizadas pelo Estado e Ministério da Saúde.

Para o município de Indaiatuba o principal é facilitar a aplicação do larvicida para atingir todos os imóveis percorridos pela equipe, englobando os trabalhados e não trabalhados, isto inclui imóveis recusados, sem ninguém no momento, desocupados para locações e vendas ou fechados por qualquer outro motivo. “Assim poderemos ter uma cobertura completa da área diminuindo a infestação de mosquitos, não deixando pendências, evitando que a equipe tenha que se deslocar novamente para a mesma área e isto possibilitará a cobertura mais rápida no município. E a segurança do uso do produto torna a atividade mais fácil, uma vez que não é prejudicial ao homem nem ao meio ambiente”, complementa a secretária de Saúde, Graziela Garcia e finaliza. “Após o resultado da pesquisa, sendo positivo, e nós acreditamos que será, temos a intenção da compra desse equipamento para realizar esse trabalho de aplicação espacial de larvicida biológico em toda a cidade e também vamos treinar nossa equipe para aplicação deste larvicida biológico com o equipamento costal”, conclui.

CASOS DE DENGUE

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No Brasil, foi identificada pela primeira vez em 1986. Estima-se que 50 milhões de infecções por dengue ocorram anualmente no mundo. A principal forma de transmissão é pela picada dos mosquitos Aedes aegypti. Há registros de transmissão vertical (gestante – bebê) e por transfusão de sangue. Existem quatro tipos diferentes de vírus da dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

De acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Indaiatuba tem registrado em 2019, até terça-feira (13), 277 casos confirmados de dengue, sendo 266 autóctones e 11 importados residentes. Em 2018 o ano encerrou com apenas 16 casos positivos, sendo 13 autóctones e 3 importados residentes.

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