A Prefeitura de Indaiatuba por meio da Vigilância Epidemiológica confirma apenas 55 casos positivos para dengue no município. Para comparação, Campinas que é cidade vizinha, está passando por uma epidemia da doença e a projeção é que chegue até 10 mil casos. De acordo com a secretária de Saúde, Graziela Garcia, Indaiatuba mantém uma constante preocupação para manter o controle da doença e desenvolve ações que usam tecnologia e trabalho de campo para permanecer com baixos índices de transmissão.
Até o momento são 126 notificações, sendo: 25 descartadas, 43 aguardando resultado, um caso inconclusivo, dois confirmados não residente, 48 autóctones e sete importados residentes. O Programa de Controle da Dengue orienta a população para intensificar os cuidados e prevenir a proliferação do Aedes aegypti e evitar a transmissão das arboviroses dengue, chikungunya e zika. O município registrou também um caso positivo para chikungunya e um importado residente de zika.
“Indaiatuba criou o gerenciamento de inteligência para o controle da dengue, temos fiscais que percorrem a cidade diariamente, eliminando criadouros e verificando os imóveis, também trabalhamos com as armadilhas ovitrampas que captam os ovos do Aedes aegypti e consegue monitorar as áreas com maior infestação do mosquito. Também temos equipamentos com câmeras que conseguem alcançar calhas e muros altos para fiscalizar terrenos vazios”, conta Graziela e continua. “No entanto o trabalho mais importante em relação ao controle da dengue é o projeto desenvolvido pela Oxitec, o Aedes do Bem”, comenta.
A Tecnologia do Aedes do Bem™, é uma pesquisa da nova linhagem OX5034, do mosquito geneticamente modificado produzido pela empresa para combater o Aedes aegypti selvagem, esses mosquitos foram soltos de maio de 2018 até abril de 2019 em quatro bairros da cidade, Morada do Sol, Cecap, Moacir Arruda e Jardim Itamaracá; que são as áreas com maior incidência da dengue. Parte dos dados da pesquisa já foram apurados. Agora a pesquisa está em período de monitoramento da espécie e avaliação da linhagem que ficou. “Ainda não temos os dados fechados da pesquisa, mas o resultado está evidente. Comparando Indaiatuba com as cidades da região estamos com poucos casos confirmados”, complementa Graziela.
O período de maior intensidade biológica do Aedes aegypti é entre outubro e abril, épocas de chuva e oferta de criadouros, sendo que o período dos casos confirmados da doença permanece entre janeiro a julho, com maior pico entre abril e maio. O coordenador do Programa de Controle da Dengue, Ulisses Bernardinetti, explica como é a ação da equipe em caso de confirmação da dengue. “Estamos trabalhando em cima dos casos suspeitos e confirmados da dengue neste momento, fazendo um raio de 200 metros de cada caso e executando a atividade de Controle de Criadouros, na eliminação desses através de remoção, colocação de larvicidas e produtos alternativos. Nosso objetivo é baixar a pendência de imóveis fechados à 15%, conforme preconiza o protocolo nacional de combate a endemias”, detalha e continua. “É importante reforçar as orientações de verificar o imóvel 10 minutos por semana e fazer a eliminação dos criadouros, manter as calhas limpas, manter ralos limpos e/ou fechados, tampar tonéis, caixas d’água, não descartar materiais em terrenos baldios e não manter pratos embaixo de vasos de plantas”, completa.
A orientação da Secretaria de Saúde em caso de sintomas das arboviroses é procurar imediatamente uma Unidade de Saúde para atendimento, não tomar medicamentos sem orientação médica e informar ao profissional de saúde a localidade onde esteve nos últimos 14 dias.
Outra recomendação é que adotem métodos de prevenção destas doenças. Entre eles, o uso de repelentes aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) uso de acordo com as instruções descritas no rótulo da embalagem, a eliminação de possíveis criadouros no local de hospedagem e também manter portas e janelas fechadas, usar calça e camisa de manga comprida de preferência cores claras. Quem possui animais de estimação também precisa ter atenção redobrada com a higienização dos recipientes de água.
Dengue, Zika e Chikungunya são doenças causadas por vírus e transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti. Apesar de terem a mesma origem, as três têm alguns sintomas diferentes e é muito importante saber identificá-los, pois eles podem se confundir se não forem analisados com cuidado.
Sintomas Dengue
A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.
Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.
Sintomas Chikungunya
Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.
Sintomas Zika
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na história.
Zika e Microcefalia
O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos também confirmam a relação.
As investigações sobre o tema, entretanto, continuam em andamento para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez. O achado reforça o chamado para uma mobilização nacional para conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela disseminação doença.