Indaiatuba é a primeira cidade do mundo a receber a segunda geração do “Aedes do Bem™”, um mosquito geneticamente modificado para suprimir a população do Aedes aegypti, contribuindo para o combate de doenças como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya. Na sexta-feira (18) a Prefeitura de Indaiatuba junto com a empresa responsável pela pesquisa a Oxitec do Brasil, iniciaram a instalação das caixas com os ovos no “Aedes do Bem™”, na ocasião foi feita uma demonstração do projeto e também contou com a visita dos alunos da Emeb Profª Sinésia Martini.
Os “Aedes do Bem™” são mosquitos machos que não picam e não transmitem doenças – resultado de mais de doze anos de pesquisa. Ele foi feito em laboratório, dentro da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e depois, trazido para o Brasil, onde os pesquisadores brasileiros aprimoraram a técnica para funcionar aqui no nosso país.
Foram modificados dois genes no ‘Aedes do Bem™’. São dois genes seguros, um deles é marcador, que, ao ser adicionado ao mosquito faz com que ele fique florescente para que se possa identificá-lo na natureza; e o outro gene já está presente nos insetos, mas foi aumentado de tal forma que, quando o ‘Aedes do Bem™’ cruza com a fêmea selvagem, os ovos femininos que ela gera não chegam à fase adulta, reduzindo a quantidade dos mosquitos causadores de doenças”, conta. Isso porque só as fêmeas picam os humanos.
Os insetos estão sendo distribuídos em caixas, ainda na fase de ovos, em vez de fazer a soltura dos mosquitos já adultos na natureza, como aconteceu há um ano, na primeira fase do projeto. O “Aedes do Bem™” foi considerado seguro pela Agência Regulatória Brasileira – não oferecendo riscos nem aos romanos e nem ao meio ambiente.
A diretora da Oxitec, Natália Ferreira, explica que, ao adicionar água dentro da caixa de papelão, os ovos masculinos se transformam em larvas, de larvas a pupas, de pupas a adultos. “Quando o adulto estiver pronto, ele vai sair da caixa por um buraquinho para procurar fêmeas e acasalar”, conta. As caixas estão sendo colocadas em 12 bairros de Indaiatuba, com alto nível de infestação do Aedes aegypti.
Além da redução de custo com a produção em laboratório e a logística para a distribuição dos mosquitos adultos, com o uso dos ovos do “Aedes do Bem™ será possível alcançar lugares mais distantes. “O ovo é estável para transporte, já o mosquito adulto não”, justifica Natália.
A aplicação desta tecnologia não impede o uso de ferramentas convencionais de controle vetorial já implantadas pela Prefeitura, que continuará a campanha para eliminar os pontos de água parada onde o Aedes aegypti se reproduz. “O objetivo é que o novo mosquito ‘Aedes do Bem™’ seja avaliado como uma estratégia adicional no combate ao mosquito transmissor de dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya”, informou o coordenador do Programa de Controle do Aedes aegypti da Secretaria Municipal de Saúde de Indaiatuba, Ulisses Bernardinetti.
Este neste ano, o número de casos de dengue confirmados foram 277. Deste total, 266 foram autóctones, ou seja, transmitidos dentro do próprio município.