Nos últimos dias, com a expansão dos casos do novo coronavírus e principalmente após falas do presidente Jair Bolsonaro, teve início uma discussão sobre a efetividade do “isolamento horizontal” e a possibilidade de isolar as pessoas verticalmente.
O que o Bolsonaro chamou de “isolamento vertical” na prática seria uma medida de isolamento de idosos e pessoas com doenças (como hipertensão, diabetes, cardiorrespiratórios ou câncer), que são os grupos de risco do Covid-19.
O Correio Nogueirense, ouviu a Dra. Patricia Teresani, para saber o que ela acha sobre essa medida. Confira.
“Eu acho que grande parte da população, no final será contaminada pelo Covid-19 independente de manter o isolamento ou não. A finalidade de isolar é que a população seja gradativamente contaminada, que a doença não atinja todos de uma vez. Como uma porcentagem necessitará de leitos hospitalares e de UTI, não é interessante que um grande número de pessoas precise desse serviço ao mesmo tempo e é isso que se pretende com o isolamento social. A minha ideia é que, abrindo para uma parcela da população, a vida vai retornar ao normal: supermercado, academia, cinema, compras… e esse chamado lockdown vertical que preconiza jovens trabalhando e idosos isolados, não vai funcionar.
Já temos notícias de alguns países europeus que tiveram que voltar para o isolamento total devido ao aumento expressivo do número de casos. Mas existe muitos estudos sendo publicados que falam contra o isolamento horizontal também!
A verdade é que se trata de algo novo, que não existe experiência prévia nas nossas condições para nos basearmos. Os outros países com muitos casos estão em condições diferentes de clima, comportamento e economia”.
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