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Moradora de Artur Nogueira é a primeira brasileira a participar da ultra-maratona “Ultra Trail Boa Vista” em Cabo Verde na África

Matilde Blum participou da ultra Boa Vista país de Cabo Verde, passou por algumas dificuldades, mas conseguiu terminar a ultramaratona de 75km no tempo de 13 horas e 33 minutos, ficando em 3º lugar geral feminino.

Por: Correio Nogueirense
13/12/2019

A corrida em trilha, ou corrida todo o terreno (em inglês, trail running) é um esporte que consiste em correr “fora de pista”, por trilhas/trilhos de montanha ou caminhos secundários, através de montanhas e colinas, cruzando riachos e rios, com subidas e descidas íngremes.

A corrida de trilhos se diferencia das corridas a pé e da caminhada, pelo fato de em geral ocorrer em lugares mais selvagens, muitas vezes em terreno montanhoso com declives acentuados, onde continuamente se sobe e desce. Por conseguinte, tanto a natureza do terreno, como o declive do percurso, além da distância, são características fundamentais a ter em conta numa corrida de trilhos.

Muitas são as corridas de trail running que se organizam a nível mundial. Devido que é relativamente recente a história das corridas de montanha como esporte organizado, são muito poucas as entidades organizadoras estabelecidas.

Em comparação com as corridas de atletismo em geral, muitas vezes há um menor número de participantes, sendo também limitada a quantidade de inscrição. Isto é devido a várias razões, tais como trilhas estreitas, as limitações dos parques nacionais, onde muitas vezes se atravessa a segurança e o cuidado com o meio ambiente onde acontece o evento. As distancias nestas corridas variam amplamente desde (as ultras são quilometragens superiores a 45 km – no Brasil temos uma de até 1.000km) os 5 km a mais de 161 km (100 milhas). Cada 5 ou 10 quilômetros ao longo da rota, se localizam postos de abastecimento que fornecem alimentos e bebidas enquanto dura a competição e há também as de auto-suficiência, que foi o caso desta prova, onde cada atleta tem que levar sua suplementação e hidratação consigo durante o trajeto. A maioria das corridas de trilha possui uma única etapa onde o tempo dos competidores se calcula somando o tempo de parada nos postos de socorro ou abastecimento ao tempo total alcançado pelo esportista, no entanto, há uma maior tendência para que a corrida em trilha se realize por etapas e em vários dias, com apoio completo aos corredores incluindo acomodações para dormir e se alimentar entre as etapas Nesta prova não se tem apoio, são 7 pontos de controle de checagem, para certificar se o atleta passou pelo percurso e se está bem. Também se utiliza a bússola e o GPS para certificar e se localizar o trajeto.

Neste final de ano, no dia 30 de novembro, a Ilha de Boa Vista recebeu pela 19º vez a etapa Ultra Trail e pela primeira vez uma mulher brasileira participou desta corrida. Matilde Blum é de Artur Nogueira, atleta e conversou com o Correio Nogueirense sobre participar desta ultra-maratona.

“Uma ultra-maratona são provas acima de 45km e elas variam. Existem ultra de montanha, asfalto e as ultras trail, que são as mais comuns. Eu faço mais trail e montanha. Então para mim, Minas Gerais é mais forte, já fiz Chapada Diamantina, Serra do Rio do Rastro e Mantiqueira. Essas são serras com altimetria mais altas. No Brasil consideramos a ultra acima de 45km, em alguns países eles consideram acima de 50km. Essa etapa que participei tinha a maratona ecológica de 42km, o 75km que é a ultra e o 150km. São tempos estipulados, eu tinha 16 horas para fazer a de 75km e essa prova a dificuldade era a quantidade de areia e o calor. Para se ter uma noção, na Ilha de Boa Vista completou três anos que não chove, então é uma escassez muito grande. O único verde que existe, é o verde do deserto”, declarou Matilde Blum.

Matilde falou das dificuldades desta ultramaratona, na qual a Ilha coloca diversas dificuldades para os participantes. “A parte que você passa a beira-mar é areia fofa e a maioria das praias não são habitáveis. Então, são pouquíssimas pessoas que moram lá, quando passamos perto no Deserto do Viana, um dos trechos mais difíceis, são paredões de areia e o calor, é muito quente. Me senti muito bem, achei que ia sofrer mais, mas por morar em uma região mais alta em questão a nível do mar, para mim foi vantagem e não sofri com questão de altitude. Diferente de outras etapas, como nas Ilhas Canárias, que tem uma altimetria muito alta, a gente chega a um ganho positivo de quatro mil e seiscentos. Mas a dificuldade mesmo foi a areia, fiz a troca de meia três vezes e mesmo assim não conseguia pisar. No meio da prova eu fiz o curativo, mas tive que estourar as bolhas e não conseguia pisar. Mas esse é um sofrimento que vale a pena, fiquei super satisfeita, foi uma opção muito boa de ter escolhido a de 75km”, finalizou.

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