Em 2019 e no começo deste ano, a Amazônia e a Austrália sofreram com as fortes queimadas, onde foram destruídas milhares de árvores e mataram diversas espécies de animais. Mas em Artur Nogueira, uma cidade no interior de São Paulo, com mais de cinquenta mil habitantes, um cidadão vem fazendo a sua parte dentro do meio ambiente há anos, para um futuro melhor do planeta.
Edson Croife é um cidadão ativo em Artur Nogueira, conhecido por seus posicionamentos políticos e pela simplicidade em que leva sua vida, pensando sempre em ajudar o próximo. Um exemplo disso, é que Edson há 25 anos planta em praças públicas, áreas verdes e em seu sítio, mudas de diversas espécies.
Na manhã desta terça-feira (28), o Correio Nogueirense esteve com o senhor Edson Croife visitando o Viveiro Municipal, onde ele faz doações de diferentes espécies de árvores, somente nessa semana, ele doou mais de 500 mudas de pitanga para que os munícipes possam ir lá buscar e plantar onde desejarem. “Aqui no Viveiro nós colaboramos dando sementes e mudas formadas há mais de vinte e cinco anos. A gente colabora porque não basta só falar do meio ambiente, da ecologia, temos que colocar em prática com ações reais e que sirvam para melhorar o planeta. Quando não estivermos mais aqui, essas árvores que estamos plantando agora irão estar servindo oxigênio e dando uma melhor qualidade de vida para as próximas gerações”.
Em meio a conversa, Edson Croife foi falando sobre o trabalho feito por ele há mais de vinte anos também em lugares públicos, como nas praças em frente a sua residência, sem nenhum fim lucrativo. “Esta é uma área pública. Em uma hora e meia plantei dezesseis árvores. No meu ponto de vista, o mais importante é estar plantando e não ver o resultado imediato. Dessas dezesseis árvores plantadas temos, abacate, ipê, jatobá, palmeiras e oiti”.
Edson falou o tempo que ele gasta por dia para plantar essas árvores, o cuidado que tem com as sementes e que sempre dispõe de mudas para os seus amigos plantarem em suas casas. “Aqui na minha casa, eu planto em média de cem a cento e cinquenta mudas de árvores. Coloco a semente na caixinha de leite, onde fica por uns três anos até se formar bem. Depois vamos plantar em áreas verdes e chácaras, também levo para os amigos plantarem em suas casas. Precisamos ter um cuidado com a semente, é preciso tirar os matinhos e molhar constantemente por causa do calor, já que deixamos as caixinhas em cima do cimento. Sempre tenho cerca de cento e cinqüenta mudas reservadas para distribuir para os amigos”.
Pensando sempre no próximo e em um meio ambiente melhor, Edson Croife comentou sobre a utilização dos lixos orgânicos. “Sobre os lixos orgânicos, eu trago e coloco aqui perto das árvores, porque colocado no lixo isso trará mais poluição. Então nós trazemos para perto das árvores, elas decompõem e se tornam adubos orgânicos”.
Osvaldo Mattiusso e Valdemar Leme são dois dos amigos do senhor Edson que o ajudam nesta tarefa há anos. Osvaldo também estava na praça, junto com Edson Croife, ajudando na plantação. Ele falou sobre este trabalho realizado há mais de duas décadas para ajudar o meio ambiente e comentou com quem ele aprendeu a cuidar das árvores. “Desde 1993 eu faço esse trabalho de plantação de árvores, faço por gosto, meu avô me levava para fazer isso quando eu era criança e eu peguei gosto por isso”.
As florestas desempenham um papel crucial na obtenção de um futuro sustentável. Não por acaso, as florestas estão, cada vez mais, conectadas às questões climáticas, uma vez que têm alta capacidade de “roubar” o carbono, contribuindo para a diminuição do aquecimento global. As questões relacionadas à proteção e à conservação de espécies arbóreas nativas que compõem o ecossistema de uma região, cada vez mais, demonstram sua grande importância para a manutenção da biodiversidade local, cooperando com a necessária busca do equilíbrio sistêmico de uma região, assim como de um país e do planeta. Essa restauração é uma atividade que está relacionada com a tarefa de reconstruir a floresta, buscando também o restabelecimento da biodiversidade, da estrutura e das complexas relações ecológicas.
Edson comentou que nesses anos ele fez um excelente trabalho em seu sítio, aonde ele vem plantando diversas árvores frutíferas para ajudar os animais. “Meu sítio há vinte e cinco anos atrás, ele tinha apenas três metros de mata ciliar próxima ao rio, então, decidi fazer algo diferente, por lei eu deveria deixá-la com trinta metros, mas decidi deixá-la com sessenta metros de mata ciliar. Plantei vários tipos de árvores, principalmente frutíferas para que os pássaros pudessem se alimentar nas árvores plantadas. Isso tudo foi feito para que pudéssemos formar um ecossistema bem legal para as próximas gerações”.
Para encerrar, Edson deixou um simples recado para aqueles que falam bastante sobre preservar o meio ambiente. “Gostaria que as pessoas falassem menos em meio ambiente e ecologia e agissem mais, afinal precisamos mais de ações para que alcancemos ótimos resultados”.
No sítio de Edson Croife existem diversas árvores centenárias que foram plantadas pelos seus avós, entre elas, um pé de jatobá, dois pés de manga, um pé de jaca e um pé de paineira, cada uma com 118 anos.
