As neurociências sugerem que o raciocínio gerado pela emoção facilita o processo de tomada de decisões. Segundo as pesquisas, a área orbitofrontal (área intimamente relacionada com as estruturas emocionais) é crítica para o processo de tomada de decisões. Quando tentamos analisar em detalhes as áreas cerebrais envolvidas, observamos que outras áreas, como o córtex pré-frontal dorsolateral e dorsomedial, são críticas, como a já citada, nesse processo. Estas últimas são áreas mais cognitivas que emocionais e estão também envolvidas em tarefas como o processamento da memória operativa, planejamento e atenção. Ou seja, uma e outra interagem no processo normal de tomada de decisões.
A tomada de decisões é um mecanismo cognitivo complexo, e um déficit nessa função pode se manifestar de diversos modos. O estado de ânimo influi muito nessa capacidade. Geralmente os pacientes neuropsiquiátricos desenvolvem padrões de déficit na tomada de decisões coerentes com as manifestações clínicas e neuropsicológicas da doença. Por exemplo, em situações típicas de jogo, os deprimidos demoram menos tempo para apostar do que os grupos de controle em situações favoráveis; os obsessivos preferem a recompensa Imediata e não desenvolvem uma boa estratégia; os impulsivos apostam em seguida (não esperam para analisar todas as possibilidades detalhadamente); os extrovertidos, maníacos e desinibidos se sentem mais positivos, agem de modo decisivo em busca de potenciais recompensas e apostam muito sem recolher previamente todas as informações necessárias. Em diversas ocasiões, é difícil saber se isso se deve a uma genuína atitude de busca de risco ou consequência da impulsividade que sentem.