Importunação sexual. Nas últimas horas surgiu nova denúncia contra um outro médico que realiza atendimento no Unidade de Saúde Familiar (USF) Laranjeiras, no Jardim Del Álamo, em Artur Nogueira. A vítima J.F.L, registrou um Boletim de Ocorrência na quarta (30), contra o médico E.P da Família. O Correio Nogueirense trouxe neste sábado (02), uma denúncia de uma mulher que sofreu uma importunação sexual no espaço Mãe e Filho. O médico foi preso e está à disposição da justiça.
No Boletim de Ocorrência feito na Delegacia do município pela paciente J. F. L., o qual o CORREIO teve acesso, a vítima, de 28 anos, detalha o que teria ocorrido no dia em que foi entregar alguns exames e sentia fortes dores abdominais, só conseguindo dormir com remédios para amenizar as dores, e foi atendida na Unidade de Saúde da rede municipal:
“ (…) em dado momento o mesmo ensinaria a vítima um exercício, pedindo para (que) ela ficasse de pé, colocasse as duas mãos na parede, em seguida, pediu para a vítima encostar o busto junto a uma parede e abaixar o corpo, ela assim o fez, quando percebeu que o médico E. P. estava ligeiramente atrás dela, e no ato a vítima chegou a sentir que ele estava excitado, a vítima o empurrou e em seguida deixou a sala”. O médico trabalha há alguns anos na rede municipal de saúde, segundo o casal.
O marido V.L procurou a equipe do Correio, logo após a matéria do caso Espaço Mãe e Filho ser publicada, e nos conta o que aconteceu com a sua esposa. “Minha esposa está com essa dor abdominal faz algum tempo, recentemente a gente mudou (antes eles moravam no bairro das Casinhas), começamos a ser atendido pelo posto do Laranjeiras, ela foi em consultas e foi pedido vários exames”.
“O médico na ocasião disse que poderia ser muscular, ela fez os exames, foi em alguns retornos, e aí surgiu os “exercícios”, mesmo não sendo fisioterapeuta”. O marido relata que sua companheira na penúltima consulta estava acompanhada de sua filha de 7 anos e que o médico ficou ao lado dela e explicou como os exercícios deveriam ser feitos. “Faz esse exercício e vamos ver se fortalece para cessar a dor. Ao ensinar, o Dr. E.P. ficou ao lado dela, disse para ficar na parede, fez o procedimento ao lado dela, até brincou com a filha da minha esposa: ‘Olha, cobra a mamãe para fazer os exercícios’”.
Segundo o marido, as reclamações de sua esposa em relação ao atendimento do médico eram constantes. “Normalmente ela chegava relatando que era muito estranho a maneira dele tocar e falar. Só que a gente relevou, até então, não tinha acontecido nada. Chegou uma hora também que a minha esposa relatou que ele pediu, para ela ficar em pé, fechar os olhos, em uma das consultas anteriores, ele ficou atrás dela e fechou um círculo, com o braço dele. Não houve toque, mas ela achou estranho isso”.
O companheiro da vítima relata que na última quarta-feira (30), ela tinha um retorno para mostrar um eletrocardiograma e mais alguns outros exames. “O Dr. E.P. veio como se fosse amigo, ‘e aí, como você está? ’. Ela disse: ‘Não estou muito bem, a dor está muito forte’. Na terça (29), ela tomou três comprimidos para conseguir dormir. O médico verificou todos os exames e perguntou: ‘Você está fazendo os exercícios? ’, a vítima respondeu: ‘Tô, esporadicamente, mas eu estou’. O médico E.P. indagou a paciente: ‘Você está fazendo certo? ’. Depois da pergunta o médico chamou a vítima para o consultório: ‘Vem aqui que eu vou mostrar para você e ver se você está fazendo da maneira correta mesmo’. Ela respondeu: ‘Mas eu estou fazendo…’ ele disse: ‘Vamos ver’”.
O profissional da saúde E.P chamou a paciente para o seu consultório. “’Vai na parede (isso atrás dela) encosta as duas mãos, abre mais as pernas’. Ela abriu um pouco mais, até então, tudo bem. Aí na hora que ele falou para ela abaixar, ele foi por trás dela, pressionou as duas mãos dela contra a parede e na hora que ela estava abaixando, excitado, com o pênis ereto, encostou nela”. Segundo o marido da vítima, ela virou e empurrou o médico E.P., em seguida, o profissional pediu desculpas, voltou para a mesa e começou a escrever no prontuário. Ela pegou os encaminhamentos e saiu da sala.
“Ao sair da sala, minha esposa encontrou uma mulher, que estava com o esposo e perguntou: ‘Esse é seu esposo? ’. Ela respondeu: ‘sim, é meu esposo’. Ela comentou: ‘entra com ele’”, contou V.L.
“Quando ela chegou no carro, ligou para mim em prantos, chorando: ‘o que eu faço? Que médico f*#@, olha o que ele fez comigo’. O marido conta que pediu para a esposa ir para casa e fazer um Boletim de Ocorrência”. V.L conta que estava fora da cidade e só retornou na sexta (1º).
O companheiro da vítima relata que entrou em contato com a secretária de Saúde e com a Ouvidoria da Prefeitura de Artur Nogueira, que em resposta a sua solicitação, disse que tomaria as devidas providências.