Sonhadora e empresária, desde pequena buscou em seu talento mostrar o real sentido de persistir e concretizar o seus objetivos. Rose Artuzzi, proprietária da loja Atrevida Modas em Artur Nogueira, mostra como ser feliz, tendo o seu sonho realizado.
Quando você começou a sentir e perceber o dom da venda, e esse sonho de ser uma vendedora?
Desde pequena, quando tinha entre 8 a 9 anos, eu gostava de vender. Minha mãe fazia pão e eu vendia, também vendia guardanapos, vendia na escola, levava para os professores. Meu tio vinha de São Paulo, ele estava desempregado e trazia algumas roupas de brechó e me pedia para ajudá-lo a vender, eu oferecia para as pessoas que sempre acabavam comprando, assim eu fui ganhando este dom. Eu sempre gostei de ter as minhas coisas, se eu quisesse algo, dava meu jeito para conseguir, para comprar aquilo que eu queria, por isso trabalhava assim.
Depois deste período, como você iniciou o trabalho no comércio?
Quando eu me mudei para Artur Nogueira, tinha 15 anos de idade. Trabalhei no Montoya por quatro anos, eu estudava de manhã e trabalhava à tarde, eu só saí de lá porque fazia faculdade de administração e tinha aula aos sábados. Eu adorava vender, tanto que eu ganhei como rainha do comércio há uns 20 anos atrás, fui rainha do comércio no desfile cívico da cidade. Depois disso, passei em um concurso na prefeitura, trabalhei quatro anos lá, depois acabei saindo, mas como eu sempre trazia roupas para vender, praticamente tirava meu lucro com as vendas. Comecei como sacoleira, vendi muito para as minhas amigas da faculdade, eu gostava do que fazia.
Como foi a mudança de sacoleira para a sua própria loja?
Eu tinha o sonho de ter a loja, mas como trabalhava na prefeitura estava meio acomodada. Vi que o negócio não estava dando certo. Então, decidi abrir uma lojinha na casa da minha mãe, em frente à Lagoa dos Pássaros, foi lá a primeira loja. Eu saí da prefeitura por volta de 1997 e comecei a me dedicar somente a loja, e depois de um ano, montei a loja na Avenida 1º de Janeiro, fiquei cinco anos naquele local, depois me mudei para o outro lado da rua, onde meu sogro tinha um agência e passei a ficar aqui, onde estou até hoje. Faz dois anos que reformamos este local, no início foi difícil porque tínhamos que pagar funcionários, impostos e conquistar a clientela, mas hoje já possuímos muitos clientes, até quando eu vou para São Paulo comprar as roupas já sei qual tem a cara de quem. Eu não consigo vender o que eu não gosto, eu preciso gostar para que o outro possa gostar, sempre busco passar ao cliente, todas as informações sobre o produto. Nossos clientes, são muito mais que isso, são amigos e não quero que fiquem com um produto ou marca ruim.
Qual a maior lição que você recebeu sendo empresária?
A maior lição é esta, tratar o cliente da melhor forma possível. Eu me sinto tão bem quando eu vejo que a pessoa esta feliz com aquele produto, porque nós estamos vendendo aquele produto e a pessoa está amando, é ótimo quando de alguma maneira você ajuda alguém com seu trabalho, às vezes a pessoa está tão para baixo, vem aqui, vê um produto e se sente feliz com aquilo. Nós devemos procurar fazer para as pessoas o que gostaríamos que fizessem para nós.
Como você lida com o perfil dos clientes?
De um tempo para cá, mudou-se muito os estilos de roupa. No verão, por exemplo, as saias estão mais cumpridas, às vezes não fica bem para todo mundo, penso que a pessoa tem que ter estilo próprio, ela não tem que usar uma roupa porque está na moda. A pessoa vai estar feliz com a moda quando ela se identifica com o que ela é. Precisa haver um leque de opções dentro de cada perfil, e nós devemos satisfazer o cliente com base no seu perfil. Não há uma regra específica para como cada um deve se vestir. Ao longo destes 20 anos, nós entendemos isso, e conhecemos o perfil de nossos clientes.
Como foi o desafio de abrir uma loja em Paulínia?
Eu tinha um sonho de abrir outra loja em Paulínia ou Jaguariúna. Um dia voltando de Campinas, passei por Paulínia, isso há nove anos atrás, e imaginei que aquela cidade é uma grande oportunidade, eu também já tinha algumas clientes que eram de Paulínia. Nós fomos ver um ponto, fui até a imobiliária, mas todos os pontos eram muito caros, de R$ 6 mil a 7 mil o valor do aluguel na época, então o corretor me perguntou que tipo de negócio eu gostaria de abrir na cidade, eu respondi que era uma loja de roupa, foi então que ele me falou que as lojas não dão certo em Paulínia. Então, passando por outra rua me identifiquei com um local que iria passar o ponto, deixei meu telefone, mas tinham algumas pessoas na minha frente que também queriam aquele local.
A imobiliária me ligou e disse que as pessoas que estavam na minha frente tinham alguns problemas que não permitiram que ficassem com o ponto, na época eles queriam R$ 30.000 para passar o ponto, mas isso era muito dinheiro visto que teria que realizar reformas no local, negociando, consegui fechar o ponto por um valor mais acessível. Outra vez me perguntaram o que eu iria abrir lá, eu disse que tinha intenção de abrir uma loja, me falaram de novo que não ia dar certo. Antes de fechar com imobiliária, eu falei com Deus para ver se realmente era para ser, tudo que fazemos devemos direcionar a Deus e pedir, porque Ele vai te dar um retorno, a fé é tudo. Enfim, deu certo e começamos a reformar o local e um senhor chegou para mim e questionou novamente “o que você vai abrir aqui?” Eu respondi que iria abrir uma loja de roupas e ele falou que as lojas duravam no máximo um ano naquela cidade, tudo conspirava para não dar certo. Eu estava convicta e sabia os planos de Deus para mim, e decidi abrir a loja mesmo assim. O primeiro ano foi difícil, mas com o passar do tempo tudo deu certo, conseguimos fidelizar os clientes, tenho clientes de nove anos lá, pude criar muitos amigos através da loja, hoje minha irmã toma conta de lá e graças a Deus tudo deu certo. Com isso podemos entender que o não é uma alavanca para conseguir o sim.
Vendo tudo isso que aconteceu que aprendizado você consegue tirar?
Nunca desistir dos sonhos, se tiver um, sonhe e corra atrás, sempre vai dar certo. Faça tudo correto e coloque Deus em primeiro lugar na sua vida.
Você falou muito sobre Deus, o que Ele significa para você?
Deus é tudo na minha vida, se não fosse Ele eu não teria nada. Tudo que adquiri foi por Ele, e pelo esforço do nosso trabalho, eu não tive ajuda de ninguém, tudo foi fruto do nosso trabalho. Minha família me ajudou muito, minha irmã e meu esposo hoje trabalham comigo, procuramos sempre ser bons para os clientes, para os funcionários, buscando sempre fazer o melhor e não passando a perna em ninguém, saber que o que é seu é seu e o do outro é dele. O segredo é você fazer o bem e não querer levar vantagem em nada, devemos sempre fazer o bem para o outro.
Como você vê o futuro?
Gostaria que a minha filha que está fazendo faculdade agora, também quer fazer moda, que ela se apegue nisso e consiga levar para frente, buscando cada vez mais melhorar. Porque tudo está mudando e que mude para melhor, e que o nosso país tome um rumo agora, pois nós devemos desejar o bem para todos e correr atrás do nosso sonho.
Que mensagem você deixaria para as pessoas que são bombardeadas com o padrão de moda que a mídia oferece?
A moda é aquela que você se sinta bem, sendo magra, gorda, alta ou baixa, você precisa se amar e se sentir feliz da maneira que você quer. Ninguém precisa usar aquilo para estar na moda, não se rotule a mídia, use as roupas que fazem o seu estilo. A pessoa precisa estar bem com ela mesma, e tudo que ela vestir vai ficar bem nela, não devemos nos rotular a marcas, seja feliz com o que você tem e com que você é em primeiro lugar, antes de tudo, deve estar você e seu bem estar.
A loja de roupas e calçados “Atrevida Modas” fica localizada na Rua 1º de Janeiro, número 1519, em Artur Nogueira e está completando 20 anos, e hoje (18), realizará um evento especial para seus clientes. O evento é aberto ao público, para mais informações ligue: (19) 3827-4780.
Confira algumas fotos da loja:
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