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“Os próximos quatro meses serão de dificuldades”, disse Adonai Brum

O atual administrador do Hospital Bom Samaritano disse que não pode dar prazo porque não tem essa condição, mas a prioridade é pagar os funcionários.

Por: Correio Nogueirense
13/09/2021

Funcionários da limpeza e da enfermagem que atuam no Hospital Bom Samaritano fizeram uma manifestação em frente ao Hospital na sexta (10), com o apoio do SINSAÚDE (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Campinas e Região). A principal queixa dos manifestantes são atrasos nos salários. A ação não afetou o funcionamento do hospital.

O atual administrador do Hospital Bom Samaritano, Adonai Brum, conversou com a equipe do Correio e deu a versão do Hospital para os atrasos de salários. “Na verdade, todo esse desequilíbrio é em função ainda da pandemia, o que acontece: o hospital nem tinha essa estrutura, teve que se organizar, para ter essa retaguarda (ele se refere ao atendimento prestado durante a Pandemia de Covid-19). Inclusive com aumento de leitos de UTI. Isso foi um suporte que teve aqui para a região. Nós ficamos como referência para muitos municípios. Havia pessoas (do município) de Indaiatuba vindo para cá, em um determinado momento foi encerrado todos esses convênios.  E o que acontece, o hospital estava voltado para o atendimento. Nosso DNA é assistencial. Então nós temos como prioridade, atender o paciente, não interessa como, o paciente chegou aqui morrendo, nós vamos atender e dar o tratamento”.

“Na questão da pandemia, não tinha condições de analisar, tinha que atender, atender, pessoas chegando como peixes fora d’água, o hospital focou basicamente no atendimento assistencial e houve um desiquilíbrio financeiro nos custos, só para você ter uma ideia, uma máscara que a gente não usava basicamente, não tinha essa necessidade, a não ser nas áreas contaminadas, passou a se usar, 3, 4 máscaras descartáveis, uma máscara que custava 0,10 centavos, chegou a custar, 3, 4 reais, hoje ainda está muito caro, o que era no passado. Os custos se desequilibraram muito”.

O administrador diz que o hospital focou no atendimento assistencial e houve um desequilíbrio financeiro nos custos. “As prefeituras têm um orçamento engessado devido ao próprio orçamento, todo mundo buscando um equilíbrio nisso. Um encerramento repentino. Muitos dos convênios de fora foram encerrados. O Hospital ficou com ônus de ter montado toda essa estrutura, temos uma estrutura de 70 profissionais só na UTI. Isso foi feito para atender a pandemia”.

Adonai comenta sobre a situação dos atrasos salariais. “Hoje da mesma forma que tem atraso com funcionários, tem atraso com fornecedores, é uma situação horizontal. Priorizou-se salários, mas aí deixou o fornecedor em aberto, mas aí você começa a equacionar. Ninguém é obrigado a trabalhar de graça, mas o Hospital não está negando esta situação e está procurando resolver”.

O administrador diz que o Hospital só conta com uma fonte financeira segura. “Nós vamos parcelando, pingando. Hoje eu só tenho uma fonte segura.  O convênio com Cismetro, porém, essa conta não fechou. O orçamento não fecha. Eu não vou falar isso, não vou dar data por que é para ontem”, finalizou.

Ainda na tarde de sexta (10), a Prefeitura de Artur Nogueira confirmou o repasse de verba ao Hospital Bom Samaritano. De janeiro a agosto, foi repassado mais de R$ 5 milhões ao hospital para serviços do plano de trabalho em atendimento médico público, como cirurgias, exames, procedimentos, entre outros. Clique aqui e confira os comprovantes de pagamento.

Segundo Adonai, a administração do hospital está sendo transparente. “Hoje a situação é assim, um pouco para cada um, para se organizar em um sistema transparente de conversa, chamar o fornecedor, o médico, chamar o funcionário e dizer: “nós estamos nessa situação…”.

O administrador comenta os atrasos salariais. “Nós estamos atrasados, um pedaço de julho e o mês de agosto, eu já entrei em empresa com 3, 4 meses de atraso, a situação era muito pior, assumi hospitais, que a empresa foi embora e não pagou ninguém, então, a gente tem essa experiência também. Agora, não adianta mentir, enganar, que vai ficar em um mar de rosas, que não vai. Os próximos quatro meses serão de dificuldades e demissões tem que haver para ajustar o tamanho do hospital”.

Adonai, comenta de projetos futuros em relação ao Bom Samaritano e as adequações que serão necessárias fazer. “Nós estamos com projeto de tornar esse hospital autossustentável, com as outras portas que ele tem, ele é uma referência aqui na região, uma referência cardíaca de alta complexidade, podemos atender de várias outras formas, que não seja via Cismetro”, finalizou.

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