Separar o lixo corretamente evita o desperdício, economiza matéria-prima e energia, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, e gera trabalho e renda, além de promover a inclusão social. Esse é o programa Câmbio Verde que funciona em Curitiba (PR), que incentiva a separação de resíduos e a destinação correta dos recicláveis. A Prefeitura de Sumaré, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, foi conhecer o projeto no último dia 11. A ideia, de acordo com o secretário da pasta, Aparecido Fernandes – que viajou até a capital paranaense a pedido do prefeito Luiz Dalben – é ver o funcionamento do programa lançado em 1994, e a possibilidade de implantá-lo em Sumaré.
“Fui recebido pelo diretor de Controle Ambiental da Prefeitura de Curitiba, Edélcio Marques dos Reis, e pelo engenheiro Luiz Celso, que falaram sobre esse programa que está institucionalizado na cidade, e que vem sendo abraçado por todas as gestões”, explicou o secretário Aparecido Fernandes.
É que neste ano vence o contrato com a empresa responsável pela coleta de lixo em Sumaré. E a ideia é implantar modelos de projetos sustentáveis, como esse de Curitiba. “A proposta deve ser analisada juridicamente pela administração municipal porque é um programa que depende, sobretudo, da participação e conscientização da comunidade. Lá em Curitiba a Prefeitura faz o gerenciamento não só do Câmbio Verde, como das demais coletas que estão sob a gestão da iniciativa privada, porque envolvem igrejas, associações de bairros, entidades e etc”.
O Câmbio Verde além de promover o escoamento da safra dos pequenos produtores rurais de Curitiba e da Região Metropolitana, criou na população o hábito de separar o lixo reciclável. Ou seja, o programa incentiva e promove a reciclagem de resíduos, e melhora a alimentação de famílias que residem em bolsões mais carentes da cidade e que recebem até 3,5 salários mínimos. Distribui aproximadamente 80 toneladas mensalmente, beneficiando aproximadamente 5.200 pessoas. A cada quatro quilos de materiais reciclados, o cidadão recebe um quilo de frutas e verduras; e cada dois litros de óleo correspondem a um quilo de alimento. São 103 pontos espalhados que coletam 290 toneladas de recicláveis todo mês.
Há ainda a coleta do lixo tóxico. Num caminhão itinerante, que percorre a cidade, é feita a coleta especial. Os moradores levam lâmpadas, pilhas, baterias, toner, embalagens de solventes, inseticidas, colas e tintas, remédios vencidos, equipamentos portáteis, óleos e etc. O descarte de inservíveis é semelhante ao já existente em Sumaré. “O material recolhido vai para uma usina, aonde é triturado e reutilizado, no caso de Sumaré, transformado em pedregulhos que usamos nas estradas rurais. O que diferencia do nosso sistema para o de Curitiba é que eles têm uma segunda peneira, e transformam em pó para ser misturado ao concreto”, comentou Fernandes.
O secretário comentou ainda que sua ida a Curitiba, além de conhecer o Câmbio Verde e o sistema de coleta especial, foi ver de perto a parte urbanística da capital paranaense, ou seja, as praças que são mantidas pela iniciativa privada ou ONG´s.