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Presidente da AIDAN conta sobre a história da entidade em Artur Nogueira

Há 41 anos na cidade, o local abriga cerca de 30 idosos desamparados.

Por: Correio Nogueirense
16/11/2018

Trabalhando há 37 anos na AIDAN, Clóvis Sievert, atual presidente da entidade conta como foi sua trajetória no local. No próximo ano ele não continuará mais na direção, a entidade aguarda candidatos para assumir a presidência em 2019.

Ele conta que a AIDAN foi criada em 20 de novembro de 1977 por João Capacle e um grupo de pessoas, que fez o local pensando em abrigar viajantes que passavam pela cidade de Artur Nogueira. No início não era um lar dos idosos. Era apenas para pessoas desamparadas de Artur Nogueira, com qualquer idade. Com o tempo foi mudando o estatuto, as normas de trabalho no local e somente pessoas com mais de 60 anos podem ser abrigadas pelo local.

“A primeira vez que fui presidente era só um ano de mandato, na outra gestão fiquei dois anos, renovamos para mais dois e agora também foram dois anos. Comecei em 1983 na AIDAN, foi a primeira vez em que fui presidente, depois disso como vice, presidente do conselho, voluntário, sempre trabalhando”, diz Clóvis.

Na próxima terça-feira (20) a entidade completa 41 anos. O presidente conta como o local funcionava no início. “João Capacle que construiu o prédio da AIDAN, ele tinha uma equipe que realizava eventos em sítios, na fazenda e em outras propriedades rurais, fazia um almoço e convidava as pessoas. Naquela época, quando começou, só havia um casal de funcionários que faziam limpeza e manutenção. Com o tempo fomos colocando enfermeiras e outros funcionários, antes tínhamos apenas dois, hoje temos 29, além de uma grande equipe de voluntários que trabalham para a entidade”. Ele ainda diz que quando Nicolau Capacle, irmão do fundador, o convidou para ir trabalhar de voluntário, começou e acabou gostando, em todos os eventos ele participava. Na eleição seguinte o passaram para a diretoria.

“Eu fui criado sem pai, meu pai morreu quando tinha três anos de idade. Então quando surgiu a oportunidade, abracei, porque gostava de ajudar o próximo, é um sentimento que eu tenho. As pessoas que vem visitar aqui não falam que é um lar de idosos, falam que é um hotel 5 estrelas”, conta o presidente que confirma o bom tratamento dos abrigados no local.

“Quando começamos aqui dava para conciliar a vida pessoal com o trabalho, era um evento por mês, ou de dois em dois meses. Na época com R$ 2 mil e R$ 3500 mil de lucro no mês, eram suficientes para manter a entidade, hoje nós temos muitos gastos aqui. As coisas inverteram, preciso ter mais tempo para a AIDAN e menos para a família. Sou apicultor aqui na cidade, mexo com mel, hoje eu dedico parte do meu tempo para a empresa e outra para a AIDAN, tenho que dividir bem o meu tempo. Mas Deus ajuda tanto a gente, que isso não faz falta, nunca pensei em desistir, por mais que mude de cargo”.

De acordo com ele a AIDAN está em uma situação financeira boa, não há dívidas, mas diz que os eventos não podem parar de acontecer. Sievert comenta que na época em que Osvair de Faveri era presidente do local, fez uma boa administração. “Se ele tivesse tempo de assumir a AIDAN por mais dois anos seria ótimo, porque ele foi um bom presidente”, diz.

Clóvis irá se retirar da gestão da entidade no próximo ano, para isso procura alguém para assumir seu cargo. “Eu não estou doente, mas faz muitos anos que não faço uma avaliação para ver se eu estou bem ou não. Eu sempre estarei envolvido nos eventos, ajudando, só não conseguirei dedicar muito tempo a isso. Já tem alguns anos que não há candidatos para a presidência. As pessoas nunca querem ficar como presidente, pois acham que é muito difícil, mas não é. Só é necessário ter um pouco de tempo”, explica.

“Acredito que o meu tempo aqui valeu a pena. Cada diretoria que está entrando vem evoluindo, eu acho que valeu a pena ter estado aqui hoje. No passado não esperávamos chegar ao que é hoje, em quatro anos levantamos o salão novo da AIDAN”.

De acordo com ele a entidade é muito bem vista na cidade e nos municípios vizinhos, porém o local não tem muito apoio da prefeitura de Artur Nogueira. “Nós não somos atendidos na prefeitura como gostaríamos de ser, marcamos varias reuniões com o prefeito e não fomos atendidos, foi protocolado um ofício na prefeitura pedindo uma reunião junto ao prefeito para que fosse levado ao seu conhecimento a atual situação da AIDAN, pelo menos umas três vezes fui tentar falar com ele e não consegui. Não estou me referindo só ao prefeito, mas a prefeitura em geral, já precisei de um engenheiro da prefeitura e não consegui. Nós recebemos o valor de 30 salários mínimos, mas se não recebêssemos isso, do segundo mês para frente à AIDAN, para cobrirmos o déficit da que ela tem iria ser muito difícil”. Ele também agradece ao comércio que ajuda a entidade com doações.

O presidente ainda informa que para abrigar alguém na AIDAN, é aconselhável que possua uma família e se apresente aos responsáveis da entidade, para que tenha alguém que responda pela pessoa. “A AIDAN prestou muitos trabalhos para o povo nogueirense, há 41 anos ajudando as famílias e a população da cidade. Eu acredito que os idosos que estão aqui são muito felizes”, conclui Clóvis.

Confira as fotos:

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