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Professor Adalberto, o único vereador votar contra a verba do Carnaval

"Só vou falar uma coisa para os senhores, como já estou cansado deste tema, me comprometo de não fazer requerimento, porque corro risco de ter um infarto mais uma vez. Fazer o requerimento, me desgastar com uma coisa que só eu corro atrás, então é melhor me calar e quando alguém vier reclamar a gente tenta justificar”.

Por: Correio Nogueirense
18/02/2020
Foto: Bruno Custódio/Correio Nogueirense

Ocorreu na noite desta segunda-feira (17), na Câmara Municipal de Artur Nogueira, a votação do Projeto de Lei n.º 001/2020, de autoria do Executivo, que “Autoriza o Poder Executivo a conceder premiação na forma desta Lei e dá outras providências”. O valor da premiação será de R$28.400, para o Concurso Rei Momo, Rainha e Princesa; Banda Louca e Bloco da Vaca.

O único contrário ao Projeto durante a votação, Adalberto Di Lábio (PSDB) afirmou que se prefeito um dia, ele não iria acabar com o carnaval, disse que planeja fazer um carnaval sem usar dinheiro público.

“Quando discuto a verba do carnaval, que não é a primeira vez, não é porque sou contra o carnaval, é diferente, quem me conhece sabe que dou minha palavra e não volto atrás, mesmo que tenha prejuízos, a não ser que me provarem que eu esteja muito errado, caso contrário não. Então, quando me posiciono contra este projeto de lei, em si não estou me posicionando contra o pagamento dos R$28.400, até porque quando lancei pré-candidatura há alguns meses, a primeira questão que veio foi se eu acabaria com o carnaval, caso eleito, disse que não acabaria com o carnaval, mas disse que estudaria outra forma de realizar o carnaval com tempo hábil. Já estou até fazendo isso, para que o carnaval ocorra sem que haja gastos do dinheiro público, mesmo que ele esteja dentro da previsão orçamentária. Quando a gente vota este projeto, a grande maioria da população de Artur Nogueira, não discute se votou R$28.400 ou se votou em fazer o carnaval, entendam isso. Às vezes os Blocos têm a instrução de que o dinheiro é para o Bloco, a grande maioria não tem, aí o grande questionamento é, faz carnaval e a saúde está complicada. Faz carnaval e não paga o aumento para os professores. A gente sabe que não tem como tirar o dinheiro da cultura e injetar ele diretamente em outra Secretaria, mas da para se evitar gastar o dinheiro com uma Participação Pública Privada. Ano passado, só com horas extras dos guardas, foram mais R$60 mil reais. Estou falando somente da guarda, não vou nem questionar, tenho os documentos já que fiz o requerimento e o prefeito me mandou 50 dias depois do primeiro requerimento”, declarou o professor Adalberto.

O parlamentar tucano comentou sobre a dificuldade de remédios nos hospitais, de conseguir comida na assistência social e questionou o empenho dos colegas para realizarem eventos para crianças e idosos. “Respeito os colegas, vou até citar a fala de alguns sem citar o nome, mas participar de um Bloco carnavalesco, muitas vezes é muito difícil pelo custo, mas o mais difícil é pai de família levar criança no hospital e não ter remédio. Mais difícil é alguém precisar de comida e não conseguir na assistência social. Riem hoje de mim e amanhã vem reclamar. Posiciono-me e declaro meu voto contrário, porque é o meu pensamento enquanto a isso, acredito que o dinheiro poderia não ser gasto no evento. Não estou aqui questionando os R$28.400, acredito que não seria difícil conquistar este valor para a premiação, o problema é o restante do gasto. Quando se deu a ideia de fazer um carnaval fechado, nos trouxe uma ideia de mais segurança e concordo, junto com o capitão que recebeu R$15 mil para fazer a segurança ano passado. Quando voto, faço isso com conhecimento de causa, então, quero que todos respeitem meu voto, porque é muito fácil quando falam que o professor Adalberto foi contra o carnaval, é mentira, não sou contra o carnaval. Sou contra o uso do dinheiro público para fazer festa. A igreja fará festa, como vamos fazer? A gente pede dinheiro membresia. Gostaria de ver o empenho desta casa toda para fazermos um evento cultural para as crianças do nosso município, os idosos, porque o dinheiro tem que ser destinado à cultura e de lá para o carnaval? Sei que serei voto vencido, mas quando alguém vier reclamar para mim e fizer o uso da tribuna para falar do problema da saúde e educação, sei que não serei hipócrita. É hipocrisia falar de uma coisa que você pode resolver por outro caminho e não resolver”.

Para encerrar, professor Adalberto declarou que espera um carnaval melhor planejado em 2021, disse ser a favor do povo e afirmou que não fará mais requerimento sobre o assunto, já que ele é o único que faz a cobrança junto ao executivo. “Não estou querendo convencer ninguém com o meu discurso, até porque já entendi que os senhores já possuem seus conceitos formados. Espero que para um próximo carnaval pense em uma estrutura diferenciada, para se fazer um carnaval aonde não se gasta, o dinheiro que vai é da cultura, está bom. Mas o dinheiro que paga a guarda é da cultura? Que vai pagar os médicos é da cultura? Acredito que não, posso estar errado, mas espero que entendam isso. Sou a favor do povo que precisa de outras coisas além do carnaval, não estou falando que não precisa do carnaval, também não vou criticar quem precisa e gosta. Só vou falar uma coisa para os senhores, como já estou cansado deste tema, me comprometo de não fazer requerimento, porque corro risco de ter um infarto mais uma vez. Fazer o requerimento, me desgastar com uma coisa que só eu corro atrás, então é melhor me calar e quando alguém vier reclamar a gente tenta justificar”.

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