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Vice-Prefeita se pronuncia na Câmara em defesa a Moção de Repúdio contra sua pessoa

Zezé da Saúde discursou por cerca de dez minutos, mostrou diversos projetos que foram feitos para melhorar a SAEAN e que foram engavetados pelo executivo. Vice-prefeita também ouviu de vereadores para que fosse retirada da justiça, a ação que está cobrando até R$4,3 milhões em honorários advocatícios.

Por: Correio Nogueirense
17/09/2019

Durante a sessão da Câmara desta segunda-feira (16), a Vice-Prefeita Zezé da Saúde teve alguns minutos para fazer uso da Tribuna, para poder se defender sobre a Moção de Repúdio feita contra a sua pessoa, em ter exigido honorários milionários em um Recurso de Apelação contra a Prefeitura a respeito de uma ação que envolve a privatização do SAEAN.

Zezé da Saúde começou a sua fala usando um discurso parecido com o que ela falou na Audiência Pública, que aconteceu na segunda-feira (09). “Quero dizer a todos que a minha luta começou dia 23 de dezembro de 2014, quando às 10h da manhã, na antevéspera de natal, veio esse projeto e foi aprovado por oito a três. Eu quero dizer que esse projeto autorizou o poder executivo a fazer a exploração dos serviços públicos, ele não precisa da Câmara, com uma canetada o executivo pode fazer. A SAEAN desde 2014 me mostrava que ela era saudável, que ela tinha condição, que tinha saúde financeira. Quando assumimos a Prefeitura, essa SAEAN tinha R$900 mil no caixa, quando o João Santa Rosa, em fevereiro de 2018, foi mandado embora, o caixa tinha R$2,3 milhões.

Continuando, a vice-prefeita comentou os diversos recursos feitos com a verba da SAEAN, citou projetos que foram planejados e que foram engavetados pelo executivo. “Muitas coisas foram feitas em 2017: reformas, a frota (veículos), reforma dos reservatórios, várias coisas, inclusive bolsa faculdade para os funcionários, seguro de vida e construção de emissário. Foram feitas muitas coisas, mas também foram engavetadas muitas coisas. Aquele mal cheiro que tem ali na saída para Holambra (SP), a prainha está linda, o Manhattan está lindo, mas aquele mal cheiro está horrível, já era para ter sido resolvido, o João Santa Rosa deixou (projeto) e foi engavetado. A substituição da rede de esgoto do Centro inteiro. Senhor presidente (Beto Baiano), R$ 2 milhões do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO), foram R$2 milhões de graça, João Santa Rosa foi embora, engavetaram. Para que eu vou fazer as coisas para a SAEAN ficar bonita? Para mostrar a saúde financeira que ela tem? Uma reforma nos filtros da ETE II, ali no centro já estava licitado, R$350 mil e foi engavetado também. Por que será? Porque o pessoal do Executivo não queria que a SAEAN mostrasse que ela é sustentável. Agora em junho de 2019, foram repassados R$1.039.000,00 para ETE STOCCO e ela continua do mesmo jeito, se não me falhe a memória ela foi roubada em R$115 mil por falta de cadeado. Agora em agosto de novo, R$1.095.000,00, mais de R$2 milhões para a ETE STOCCO. Nada foi feito por que quanto mais sucateada, quanto pior, melhor. É isso que eu consigo ver”.

Para finalizar, Zezé da Saúde, teve alguns minutos para se defender em relação a Moção feita contra sua pessoa e falou em estar sendo perseguida politicamente. “Quando o vereador falou aqui, na semana passada, eu tive mais certeza da perseguição do prefeito contra a minha pessoa. Quero dizer para vocês o seguinte, quando o vereador falou dos R$41 mil, o que aconteceu, a vontade era tanta de falar de mim que não percebeu que esse dinheiro era do perito e não nosso. Quero deixar frisado aqui, que a sucumbência é dos advogados, que eu juntamente com o Croife (Edson), estamos defendendo a nossa cidade, defendendo a nossa Autarquia. Porque se isso não tivesse sido feito, R$ 43 milhões é a diferença. Porque no governo passado foi passado R$ 131 milhões de investimentos e, nesse governo, está sendo R$87 milhões, a diferença é essa de R$43 milhões. Se isso não tivesse sido feito pelos advogados e por mim, o que iria acontecer? A SAEAN já não seria nossa e nós estaríamos pagando o preço pela SAEAN não ser nossa. Abram o olho…”, o microfone da Vice-Prefeita foi cortado, pois seu tempo tinha se encerrado.

Após o encerramento de sua fala, alguns vereadores puderam perguntar para a Vice-Prefeita as dúvidas que tiveram em relação ao seu discurso. O vereador Adalberto Di Lábio (PSDB) questionou a vice-prefeita em relação a cobrança feita dos honorários. “Com todo o conhecimento que eu tenho de vossa pessoa, eu tenho certeza que você não agiria de má fé. Gostaria que você se posicionasse sobre ter ou não conhecimento de que seria possível gerar esse prejuízo que está sendo imputado hoje de R$2.617.00,00 a R$ 4.300.000,00 milhões contra a Prefeitura. Era de conhecimento seu e do senhor Edson Croife?”.

Em resposta, Zezé da Saúde argumentou que não tinha esse conhecimento e tentou se explicar. “Do meu conhecimento não era, do Edson (Croife) eu não sei. Porque no momento que foi falado que foi suspensa (a ação), a gente entende que o perito foi designado para cá, mas pelo valor do perito que era de R$41 mil, provavelmente o executivo viu que não ia dar certo e então foi suspenso. No momento que foi suspenso não foi falado a mim que iria recorrer. Isso aconteceu, porque a ação é feita por nós dois (Zezé e Edson Croife), mas eles (advogados) fizeram o pedido de 2% a 5% em cima da ação. Eu não tenho nada a ver com a ação, eu sou limpa”.

Após a resposta da vice-prefeita, Adalberto completou seu pensamento falando sobre ter verificado o documento e visto que Zezé da Saúde não assinou pedindo o honorário. “Eu procurei aqui o recurso de apelação, e eu não encontrei aqui a sua assinatura e nem a do senhor Edson Croife. Isso me deixou bastante curioso que provavelmente você não tinha conhecimento, eu respeito os votos de todos os vereadores, mas eu acredito que eu agi com justiça com você”.

Após o Adalberto, Lucas Sia (PSD) foi o segundo a questionar a Zezé da Saúde. O vereador defendeu a vice-prefeita e falou estar no mesmo lado para a não concessão da SAEAN. “Quero aproveitar suas palavras, entenda que estamos do mesmo lado em relação a não concessão da SAEAN, ainda mais por esses valores absurdos, só que existe uma preocupação. A gente sabe que o prefeito é insistente e ele dá murro em ponta de faca. Ele tentou fazer a concessão da SAEAN, a ação foi suspensa. Semana passada teve a Audiência Pública e ele tentou de novo pelos mesmos valores. A minha preocupação é que pode haver por indignação com essa concessão, ainda mais com a forma com que está sendo feita, porque independente de lados políticos, é dinheiro de todo mundo e todo mundo vai pagar a conta de água. Os governos passam, gestões passam, e a conta de água vai ficar a venda vai ficar. Então a gente precisa pensar não até 2020, precisamos pensar nos próximos anos e a história do nosso município mostra que ninguém fica eternizado no poder. Se cada vez que o prefeito insistir em fazer a concessão da SAEAN e entrar com processo, insistir em uma condenação que pode chegar a R$ 4,3 milhões aos cofres públicos e sofrer um grande prejuízo. Gostaria do seu compromisso para conversar com os seus advogados, entrar com um possível acordo para que façam a desistência desses honorários, principalmente com porte de R$ 4 milhões. Se existe esse compromisso, que fique claro para a população e para a Câmara, que alguns deram um voto de confiança na senhora”.

Davi Fernandes (DEM) foi o último a falar após a fala da vice-prefeita. O vereador foi breve em suas palavras e defendeu Zezé da Saúde sobre o trabalho feito impedindo a concessão da SAEAN com ação pública. “Na época eu acompanhava seu trabalho, sei o quanto a senhora lutava e a minha observação é a mesma que o Lucas Sia fez. Quero deixar claro que nós não estamos aqui fazendo a defesa dos autores da ação, estamos defendendo o dinheiro público. Quero reafirma o pedido, que a senhora desista deste valor e eu votei contrário a Moção por que acredito na sua boa fé. A senhora está defendendo a SAEAN que traz dinheiro para o município, que tem caixa, então não tem coerência eu votar em favor de uma Moção de Repúdio contra uma pessoa que está lutando em favor daquilo que é de interesse público. Que a senhora leve esse pedido aos seus advogados e que desistam disso, porque a nossa luta é pela população e mantendo esse valor de sucumbência a gente vai contra a população mesmo sendo de direito. Acredito que na situação do município, advogados que atuam dentro da cidade pudessem levar para o lado moral da situação que nos encontramos hoje”, finalizou.

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