O vice-presidente eleito e coordenador-geral da equipe de transição, Geraldo Alckmin, anunciou ontem (10) um lista com 36 novos nomes para fazer parte da transição para o futuro governo. Os nomes estão distribuídos em seis novos grupos técnicos: comunicações; direitos humanos; igualdade racial; planejamento, orçamento e gestão; indústria, comércio, serviços e pequenas empresas; e mulheres.
Cinco ex-ministros, dentre eles Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Comunicações), além de Anielle Franco, irmã da vereadora assassinada Marielle Franco, farão parte da equipe. Também compõem a lista os ex-ministros Eleonora Menicucci (Mulheres), Nilma Lino Gomes (Direitos Humanos e Igualdade Racial) e Maria do Rosário (Direitos Humanos).
Mantega irá para o grupo de Planejamento, Orçamento e Gestão. Os demais irão para as respectivas áreas em que foram ministros. Diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco irá para o grupo de Mulheres.
Ao oficializar a criação do gabinete de transição e anunciar os primeiros nomes, na terça-feira (8), Alckmin disse que a transição tem como objetivo apenas levantar informações e não significa a definição de ministérios.
Ontem (9) à noite, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que só anunciará os primeiros nomes de ministros a partir do próximo dia 19, quando retorna de viagem à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27).
Além de Alckmin, responsável pela coordenação-geral da transição, o gabinete terá três coordenadores principais: Administrativa e Jurídica, de responsabilidade do ex-deputado Floriano Pesaro (PSB), indicado por Alckmin; Relações Institucionais, administrada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann; e Programa de Governo e Núcleos Temáticos, sob a responsabilidade do ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante. Os grupos serão distribuídos dentro dessas coordenações principais.
Outros nomes
Na última terça-feira, Alckmin anunciou os integrantes do grupo de economia. O comando da equipe ficou repartida entre economistas ligados ao PT e criadores do Plano Real. Farão parte desse grupo os economistas André Lara Resende, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Fernando Henrique Cardoso e um dos formuladores do Plano Real; Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central; o professor da Universidade de Campinas (Unicamp) Guilherme Mello; e Nelson Barbosa, ministro da Fazenda no segundo governo Dilma Rousseff.
Na ocasião, Alckmin disse que Mantega faria parte da equipe de transição, mas em outro grupo e citou a competência do ex-ministro, que ocupou a pasta da Fazenda entre 2006 e 2014. Também na terça, o vice-presidente eleito anunciou os nomes da área de assistência social, que será comandada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS); pelas ex-ministras do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Márcia Lopes e Tereza Campello e pelo deputado estadual mineiro André Quintão (PT-MG).
No gabinete de transição, Alckmin terá a ajuda de dois companheiros do PSB, partido do vice-presidente eleito. Ele trabalhará com o ex-governador de São Paulo Márcio França e o prefeito de Recife, João Campos. Os dois são do PSB, partido do vice eleito. A futura primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, coordenará a organização da festa da posse de Lula.
Confira a composição dos novos nomes anunciados:
Comunicações
Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações
Jorge Bittar, ex-deputado federal
Cezar Alvarez, ex-secretário do Ministério de Comunicações
Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos formada na Universidade de Columbia
Direitos Humanos
Maria do Rosário, deputada federal e ex-ministra de Direitos Humanos
Silvio Almeida, jurista e autor do livro Racismo Estrutural
Luiz Alberto Melchert, doutor em economia
Janaína Barbosa de Oliveira, representante do movimento LGBTQIA+
Rubens Linhares Mendonça Lopes, representante da coordenação setorial do PT para pessoas com deficiência
Emídio de Souza, deputado estadual (PT-SP)
Maria Victoria Benevides, socióloga e professora
Igualdade Racial
Nilma Lino Gomes, ex-ministra de Igualdade Racial
Givânia Maria Silva, quilombola e doutora em sociologia
Douglas Belchior, educador
Thiago Tobias, representante do Coalizão Negra
Ieda Leal, coordenadora do Movimento Negro Unificado (MNU)
Martvs das Chagas, secretário de Planejamento de Juiz de Fora
Preta Ferreira, movimento negro e movimento de moradia
Planejamento, Orçamento e Gestão
Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda
Enio Verri, deputado federal (PT-PR)
Esther Dweck, economista e professora da UFRJ e ex-secretária de Orçamento Federal
Antonio Corrêa de Lacerda, presidente do Conselho Federal de Economia
Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas
Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul
Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea
Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai Nacional
Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)
Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária;
Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae e do Instituto Lula
Paulo Feldmann, professor da USP
André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj)
Mulheres
Anielle Franco, diretora do Instituto Marielle Franco
Roseli Faria, economista
Roberta Eugênio, mestre em direito, pesquisadora do Instituto Alziras e ex-assessora de Marielle Franco
Maria Helena Guarezi, ex-diretora de Itaipu e amiga pessoal de Janja
Eleonora Menicucci, ex-ministra da Secretaria de Política para Mulheres
Aparecida Gonçalves, ex-secretária Nacional da Violência contra a Mulher