Relembre a história de Artur Nogueira

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Por: Correio Nogueirense
10/04/2018
Foto: Melinho Tagliari

O território do município surgiu de uma doação feita, em 1904, pela Artur Nogueira & Cia ao governo, para constituição de uma seção do núcleo colonial Campos Sales. Essa área, originalmente, conhecida como “Lagoa Seca”, adquiriu maiores possibilidades de desenvolvimento quando, em 1907, recebeu os trilhos da Estrada de Ferro Funilense, juntamente com uma estação local própria.

A partir de 1908 chegaram ao povoado aqueles que seriam considerados seus fundadores, a fim de ocuparem os lotes do patrimônio doado por Fernando Arens à seção “Artur Nogueira”, do núcleo Campos Sales. Entre eles destacam-se José Sanseverino, Júlio Caetano, João Pulz, Henrique Steckelberg, os Andrade e os Mauro. 

O povoado foi elevado a distrito do município de Moji Mirim em 30 de dezembro de 1916, ano em que se iniciou a construção de sua primeira capela.

Nessa época predominavam os elementos estrangeiros no povo do então Distrito, Espanha, os quais cultivando a terra e criando gado, iam, aos poucos, adquirindo as terras dos primitivos donos em pequenas glebas, acabando-se, assim, os grandes latifúndios. Depois, com a valorização do café, formaram-se nessas glebas grandes cafezais, chegando mesmo o território do Distrito a construir, em 1929, um verdadeiro oceano de cafeeiros.

A Paróquia foi criada em 25 de novembro de 1934, sob a invocação de Nossa Senhora das Dores, e em 5 de janeiro de 1935, recebeu seu primeiro vigário – o Padre Cecílio Cury.

Nessa época, a população era composta, em grande parte, por imigrantes italianos, alemães, portugueses e espanhóis, que ao adquirirem pequenas glebas desmontaram, paulatinamente, os grandes latifúndios originários. 

A valorização do café, no entanto, modificou novamente o aspecto do distrito, disseminando a formação de grandes cafezais na região. Com a crise gerada pela queda dos preços desse produto, por volta de 1930, o distrito enfrentou um período de estagnação. 

Em 1938, houve um crescimento territorial resultante da retificação de divisas entre os distritos de Artur Nogueira e Cosmópolis, cabendo ao primeiro a anexação do bairro de Floriano Peixoto.

O ensino primário representava, à época do Distrito, um sério problema, pois não havia prédio próprio para o funcionamento das duas escolas mistas, uma municipal e outra estadual, que tinham como professoras as senhoras Aninha da Cunha e Eugênia de Carvalho, respectivamente. Com a doação feita pelo senhor Henrique Steckelberg de um lote de sua propriedade, foi construído o Grupo Escolar, por volta de 1920.

A crise do café, ocorrida em 1929 e com os seus reflexos mais agudos em 1930, não deixou de repercurtir no progresso do Distrito, o qual permaneceu estacionado até 1937, quando foi inaugurada a iluminação pública e domiciliária, sendo a Companhia de Força e Luz de Mogi Mirim a encarregada do serviço.

Em 1938, na interventoria do Dr. Adhemar de Barros, houve a retificação de divisas entre os Distritos de Artur Nogueira e Cosmópolis, este pertencentes à Comarca de Campinas, ficando para o primeiro o Bairro Floriano Peixoto, que vizinhava com a Vila, causando sérios embaraços à sua administração. Com essa retificação, o território do Distrito ganhou considerável área de terras.

Em 1948, teve início o movimento para a emancipação do Distrito, transformando-o em município, com assinaturas em listas de todos os habitantes da Vila e povoados, que desejassem a emancipação. Com um bom número de assinaturas, foi requerido o plebiscito. Pela Lei nº 233, de 24 de dezembro de 1948, foi criado o município de Artur Nogueira. Em 10 de abril de 1949 Severino Tagliari tomou posse do executivo se tornando o 1º prefeito da cidade.

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