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A morte e o luto no ciclo da vida

Por: Dra. Celina Vallim
02/11/2018

A consciência da perda e do processo de morrer são atributos essenciais da humanidade. Por muitos anos, civilizações e filósofos ocidentais se debruçaram em refletir sobre a temporalidade da vida.

Por se tratar de um processo inevitável, a idéia de morte é quase sempre associada a uma sentença. Morrer é lidar com a impotência e a falta de controle. Nessa direção, o processo de morrer evoca medo e emoções negativas por se tratar de uma entidade desconhecida, configurando-se como parte do destino humano, desafiando a imagem narcísica, as condutas e as crenças inconscientes de imortalidade.

Através de técnicas de rejuvenescimento, o corpo pode ser transformado, mas não se pode evitar que ele morra. Assim sendo, representa, em certa medida, uma tragédia que impõe a separação definitiva do ciclo vital, o que cria, para muitos, angústia, sofrimento e a reflexão sobre questões como, por exemplo, qual o propósito da existência humana? Após a morte, não há mais vida?

A morte e o processo de morrer durante séculos vêm se modificando de acordo com as culturas e as necessidades dos homens em relação aos papéis sociais a que a ele se incorpora.

Além da morte por si, vale mencionar que a perda de uma pessoa amada é uma das experiências mais dolorosas que o ser humano pode sofrer. É difícil para quem a vivencia, como também para quem a observa, ainda que pelo fato da impotência para ajudar. Por sua vez, a palavra luto é utilizada para indicar uma variedade de processos psicológicos provocados pela perda de uma pessoa amada.

Para a pessoa enlutada, apenas o retorno da pessoa perdida pode favorecer o verdadeiro conforto.  Dentre vários aspectos, deve-se levar em consideração que o processo morrer e a experiência do luto são experiências pessoais, não existindo um padrão e uma sequência considerada normal de recuperação.

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