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Adolescentes, Depressão e Auto-Mutilação

Por: Dra. Celina Vallim
12/04/2019

Alguns dos adolescentes que partilham em consulta que se auto-mutilam relatam que já faziam isso há algum tempo antes mesmo dos pais terem tomado conhecimento. Na maioria das vezes os pais relatam não saberem ou não terem identificado quaisquer sinais de alarme, ficando muito assustados e imersos numa grande preocupação e desorientação quando confrontados com a partilha do filho.

A dor de um adolescente que se auto-mutila é grande, e por isso pais e/ou responsáveis precisam de orientações que acalmem a própria angústia, possibilitando um apoio adequado ao adolescente.

Embora possa parecer estranho, a auto-mutilação entre os adolescentes pode ocorrer como uma espécie de “moda”, quando alguém no grupo experimenta fazê-lo e acaba por ser seguido pelos outros. Sendo uma experiência dolorosa, a maioria dos adolescentes acaba por interromper o comportamento. No entanto, quando a auto-mutilação persiste, geralmente é porque estamos perante um jovem que vive em grande sofrimento emocional, que busca na dor do corpo uma “justificação” para a dor emocional.

Manter a calma será um importante passo adotado pelos pais quando descobrem que o filho se auto-mutila. Alguns pais reagem com pânico e desorientação, o que poderá agravar ainda mais a sensação de desconforto do adolescente. Dizer apenas para parar de se mutilar, terá também pouco efeito. Porém adotar uma postura de disponibilidade para escutar o que preocupa este adolescente e o que está sentindo, ou seja, falar sobre seus sentimentos pode ser de extrema valia. Isso faz com que os pais demonstrem interesse por aquilo que o adolescente pensa e sente, dando-lhe espaço para partilha, porem sem cobranças ou questionamentos.

A comunicação eficaz dentro da família é muito importante para que o adolescente se sinta seguro, valorizado e confiante, por isso a importância da existência de um momento diário, nas rotinas da família, em que todos se sintam livres e aceites na partilha de idéias, dúvidas, preocupações e conquistas.

Em simultâneo, o encaminhamento para um profissional qualificado, como um psicólogo ou Psiquiatra, será importante no sentido de serem aprendidas e desenvolvidas outras estratégias de regulação emocionais alternativas e mais adequada.

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