No início do século XX (1900) o território de Arthur Nogueira pertencia tanto a Mogi Mirim quanto a Campinas, era conhecido apenas por Lagoa Seca e era ocupado por poucas famílias como: João e Matheus Ferreira de Camargo conhecidos por “Doricos” estabelecidos no bairro Guaiquica, hoje Engenheiro Coelho, Francisco Pinto Adorno, estabelecido no bairro Mato Dentro, João Sertório e Dona Maria da Glória Sertório, Pedro da Cunha Claro entre outros.
Em 1905, o Major Arthur Nogueira foi a Campinas e fez um acordo com o Secretário da Agricultura, Dr. Carlos Botelho, para o prolongamento da Estrada de Ferro Funilense até a Fazenda São Bento; para isso doaria 200 alqueires de terra para a colonização. As terras foram anexadas ao Núcleo Colonial Campos Salles e deveriam constituir uma nova seção chamada Arthur Nogueira, em homenagem ao ato de doação.
Fernando Arens Júnior, nesse mesmo ano de 1905, projetou em suas terras um loteamento para dar início à cidade, incluiu em seu projeto a estação de trem, Major Arthur Nogueira aceitou a transferência que representava pouca distância, mas que viria a acelerar e organizar o crescimento da cidade.
Com a colonização logo começaram a chegar os imigrantes, aqui chegaram os Italianos Rossetti, Tagliari, Duzzi, Arrivabene, Sia e os portugueses Sá, Andrade, etc.
A localidade primitivamente chamada “Lagoa Seca” já tinha seus líderes, o próprio Major Arthur Nogueira juntamente com Fernando Arens Junior articulavam o crescimento e desenvolvimento. Major Artur Nogueira, influente, mudou o trajeto da Estrada de Ferro, beneficiando suas terras e o loteamento de Fernando Arens Junior.
Em 1906, foi inaugurada a estação Arthur Nogueira e Horácio Ramos da Cunha, então chefe da estação, e sua esposa Anna Ramos da Cunha, que era professora, tornaram-se líderes religiosos da vila.
Em 8 de setembro de 1915, fizeram uma reunião em sua casa e formaram uma comissão para construção da Capela de São Sebastião, estavam também presentes: João de Souza Leite, João Pulz, João da Cruz Andrade e Lourenço Arrivabene. A primeira pedra foi lançada em 4 de dezembro de 1915 e a inauguração se deu em 28 de julho de 1917.
Em 1916, negociantes como: Francisco Cabrino, José Sanseverino, Antônio Marun, em conjunto com fazendeiros e imigrantes portugueses, italianos e espanhóis, liderados por Fernando Arens Júnior, levantaram a bandeira para que a vila se tornasse “Distrito”.
Pela Lei nº 1.542, de 30 de dezembro de 1916, foi criado o Distrito de Paz de Arthur Nogueira, subordinado à Comarca de Mogi Mirim.
Amador Domingues de Magalhães foi o primeiro subprefeito, empossado em 15 de janeiro de 1918, ele administrava uma localidade com 40 casas, duas escolas públicas, uma farmácia e dois armazéns de secos e molhados.
Completavam a chapa os Juízes de Paz: 1º Capitão João de Souza Leite, 2º Capitão Francisco Pinto Adorno, 3º Capitão Henrique Steckelberg, Escrivão de Paz: Joaquim Quintino de Brito, Sub-Delegado: Sebastião Eusébio de Oliveira, suplentes: João da Cruz Andrade, Daniel Cesário de Andrade e Porfhirio Ferreira de Camargo.
Fiscal Municipal: Horácio Ramos da Cunha.
Em 1920 inicia-se a construção do primeiro Grupo Escolar em terreno doado pelo senhor Henrique Steckelberg.
A crise do café, ocorrida em 1929 e com os seus reflexos mais agudos em 1930, não deixou de repercutir no progresso do Distrito, o qual permaneceu estacionado até 1937, quando chegou a luz elétrica.
Em 1938, na interventoria do Dr. Adhemar de Barros, houve a retificação de divisas entre os Distritos de Artur Nogueira e Cosmópolis, que pertencia à Comarca de Campinas, ficando para nós o Bairro Floriano Peixoto. Com essa retificação, o território do Distrito ganhou considerável área de terras.
Em 1948, teve início o movimento para a emancipação do Distrito, com assinaturas de todos os habitantes da Vila, que desejassem a emancipação. Sendo estas em grande número, foi requerido o plebiscito, o qual deu a vitória à emancipação.
Então formou-se uma comissão encabeçada pelos senhores Raul Grosso, Elysio Quinteiro, Rodopho Rossetti, Humberto Rossetti, José Amaro Rodrigues Filho, Reynaldo Germano Stein, Severino Tagliari, Atílio Arrivabene, Jacob Stein, Santiago Calvo e Roberto Amaral Green.
Esta comissão conhecida como “Grupo dos Onze” obteve da Assembleia Legislativa do Estado o parecer favorável à criação do município de Artur Nogueira.
Pela Lei nº 233, de 24 de dezembro de 1948, foi criado o município de Arthur Nogueira.
A primeira eleição foi realizada em 13 de março de 1949, concorreram: Severino Tagliari e Augusto de Mello Gonçalves, o resultado acusou a vitória de Severino que obteve nas urnas 257 votos e Augusto de Mello 211 votos.
Severino Tagliari, primeiro prefeito, foi empossado no cargo em 10 de abril de 1949. A população estimada na época era de 5.500 habitantes e a principal fonte de renda era a agricultura. Severino administrava uma arrecadação aproximada de Cr$ 80.000,00 (oitenta mil cruzeiros), tinha muito a ser feito, porém manter 28 quilômetros de estradas de rodagem era o grande objetivo.
A campanha política foi breve e através de visitas às residências dos eleitores, levando as propostas de governo, como: Melhorar os serviços de Força e Luz, Criação de um Posto de Saúde.
Seu slogan “Tudo farei para o engrandecimento e progresso do município”.
Por: Geso Franco de Oliveira
