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Compulsão: o que é e quais são os tipos?

A neuropsicóloga, Dra. Celina Vallim, explica que comportamentos que você não pode controlar são conhecidos popularmente como compulsão. No artigo de hoje, você descobrirá os principais tipos e como caracterizar um comportamento compulsivo clinicamente. Confira.

Por: Dra. Celina Vallim
15/04/2021

Muita gente imagina que os comportamentos compulsivos estão apenas associados a drogas como álcool, maconha, cocaína e nicotina, por exemplo. De fato, dependentes de droga manifestam esse tipo de comportamento, mas a compulsão não está relacionada exclusivamente com o uso de substâncias químicas. Pode estar ligada a outras situações que provocam prazer, como fazer compras ou passar horas em frente do computador.  Você já se pegou comendo descontroladamente, até a barriga doer, mas não conseguiu parar? Ou ainda, já passou vergonha na frente dos colegas de trabalho por não conseguir controlar a quantidade de bebida que ingeriu no happy hour? Comportamentos que você não pode controlar são conhecidos popularmente como compulsão. No texto de hoje, você descobrirá os principais tipos e como caracterizar um comportamento compulsivo clinicamente.

Compulsão alimentar

Muitas pessoas não conseguem parar de comer. Assim, fazer uma dieta com apenas 6 ou menos refeições por dia é uma tarefa praticamente impossível de alcançar. A pessoa come por alguma razão, como o momento em que se sente ansiosa, e não consegue mais parar. Quando a compulsão se estabelece, toda vez que a pessoa se sentir assim, terá de comer para aliviar o sentimento ruim.

Atividade física compulsiva

Enquanto algumas pessoas têm dificuldades para parar de comer, outras não conseguem parar de se exercitar. Isso é muito observado em pessoas que têm transtornos alimentares, por exemplo. No entanto, é possível ter essa necessidade compulsiva para se exercitar para relaxar.

Assim, fica claro que a ansiedade pode diminuir de modos diferentes para pessoas diferentes. Umas comem, outras se exercitam, outras dormem para amortecer.

 

Compulsão por trabalho

Há ainda quem tenha uma compulsão pelo trabalho, os chamados workaholics. Pessoas assim não conseguem fazer o desligamento entre vida profissional e pessoal. Muitas até preferem permanecer no ambiente de trabalho do que lidar com elementos da vida pessoal, tais quais: o casamento, a criação de filhos, o relacionamento com os pais, as finanças, entre outras coisas.

 

Transtorno compulsivo por compras

Na esteira dos problemas que surgem com a ansiedade, surge também a compulsão por compras. Muitas pessoas ignoram as finanças próprias e até extrapolam o orçamento de outras pessoas porque não conseguem parar de comprar. Quase nunca trata-se de algo necessário, mas o prazer de comprar algo leva o indivíduo a continuar gastando dinheiro sem necessidade.

 

Compulsão por jogos

Ainda que não vejamos com frequência bingos ou casas de jogos, muitas pessoas são viciadas tanto no jogo quanto na ilegalidade da experiência. O prazer de ganhar algumas vezes não supera a perda do dinheiro que acontece sempre com mais frequência. Por essa razão, muitas famílias perdem tudo o que têm no jogo. Assim, casamentos acabam, relacionamentos ficam fragilizados e o jogador vive em um eterno loop de excitação e culpa.

 

Onicofagia

Um dos comportamentos compulsivos mais comuns é o da onicofagia. O nome é difícil, mas o hábito é muito conhecido. Trata-se de roer as unhas. Quando a pessoa está compulsiva, ela pode roer as unhas por ansiedade, medo, nervoso ou frustração. Nesse contexto, o que importa é deslocar a atenção do que está trazendo nervoso para algo mais simples. Contudo, essa é uma compulsão que pode trazer doenças e ainda deixar os dedos em carne viva.

 

Tricotilomania

Um outro hábito bem comum que tem o nome difícil é o de arrancar os cabelos, conhecido como tricotilomania. Quem nunca ouviu a expressão “arrancar os cabelos de nervoso”? Quem faz isso com frequência pode ser enquadrado como indivíduo compulsivo. Assim sendo, precisa de tratamento. No começo você não enxerga os malefícios desse hábito tão ruim. Contudo, quando começar a enxergar falhas na cabeça, vai ficar preocupado.

 

Compulsão por mentir

Por outro lado, há quem tenha um problema compulsivo de comportamento que afeta diretamente os relacionamentos. Ninguém gosta de ser enganado nem uma vez, que dirá com frequência. Contudo, familiares e amigos de pessoas que sofrem de um transtorno de mentira patológica se veem obrigados a lidar com esse tipo de situação. O problema também é conhecido como mitomania.

 

Impulso sexual excessivo

Assim, como no caso da mentira, a compulsão sexual pode atrapalhar o relacionamento de um casal. É importante que as partes envolvidas decidam fazer sexo com uma frequência que não seja abusiva juntos. Assim, quando uma das partes sofre com mais libido e vontade de transar do que a outra, coloca-se sobre o parceiro um peso muito grande. Nesse contexto, é possível que a compulsão se transforme em abuso e o relacionamento torne-se abusivo.

 

Nomofobia

Por fim, destacamos a doença do nosso século. Trata-se da compulsão pelo uso do telefone celular ou “no mobile phone fobia” (fobia de não estar com o telefone). Muitos jovens e adultos desta geração já sofre com o problema. Contudo, trata-se de uma compulsão extremamente perigosa, que rouba o indivíduo do presente para inseri-lo em realidades em que não vive.

É muito importante lembrar que a terapia pode ajudar a amenizar ou cessar o ato compulsivo.

Fonte: psicanaliseclinica.com.br

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