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Distimia: quando o mau humor vira doença

Hoje a neuropsicóloga, Celina Vallim, explica que a distimia é uma depressão crônica que tem como principal sintoma a irritabilidade, além de mau humor, baixa autoestima, desânimo, tristeza e predominância de pensamentos negativos. Confira o artigo.

Por: Dra. Celina Vallim
09/07/2020

De acordo com o DSM 5, a distimia é definida como uma tristeza que ocorre durante pelo menos dois anos, juntamente com pelo menos dois outros sintomas da depressão.

E tem como principal sintoma a irritabilidade, além de mau humor, baixa autoestima, desânimo, tristeza e predominância de pensamentos negativos. Distimia é um tipo de depressão crônica, de moderada intensidade.

Outros sintomas que também podem estar presentes são:

  • Perda de interesse em atividades normais;
  • Falta de esperança;
  • Falta de apetite;
  • Baixa energia;
  • Alterações no sono e
  • Falta de concentração.

A distimia pode se manifestar ainda em crianças e adolescentes, o que dificulta ainda mais o diagnóstico, já que os sintomas podem ser confundidos com a própria personalidade deste jovem ainda em formação.

Toda pessoa mal humorada/pessimista tem distimia???

NÃO. Existe uma diferença básica entre os dois. O mal humorado/pessimista tem uma resposta pontual a algo que lhe desagrada ou desagradou. Ele não está sempre mal humorado ou pessimista e sabe diferenciar seu padrão normal de humor. Com o portador de distimia é diferente. Ele se sentiu irritado e mal humorado por toda a sua vida, sendo difícil estabelecer outro padrão de normalidade. Não conhece outro estado de humor, uma vez que sempre foi daquele jeito.

TRATAMENTO

O tratamento da distimia deve ser associado com psicoterapia e medicamentos antidepressivos. Isoladamente, um e outro não funcionam a contento. Embora os antidepressivos corrijam o distúrbio biológico, o paciente precisa aprender novas possibilidades de reagir e estabelecer relações interpessoais, viabilizadas pelo trabalho psicoterapêutico. A psicoterapia sem a medicação não tem muito êxito, porque cobra uma mudança de comportamento que a pessoa, a princípio, não está em condições de atingir.

Algumas recomendações para quem convive com alguém com sintomas da distimia:

Incentive que ela busque ajuda de um especialista e estimule que ela cumpra todas as etapas necessárias para o tratamento;

Converse sobre os seus sentimentos, seja compreensivo e elimine o julgamento;

Se houver desconfiança sobre pensamentos suicidas, fique atento, procure ajuda e indique órgãos de apoio como CVV (Centro de Valorização da Vida);

Seja positivo e incentive a pessoa a realizar e concluir suas atividades diárias;

Reconheça e comemore as suas vitórias;

As pessoas com transtornos psicológicos, como a distimia, precisam ter ao seu lado pessoas que estejam bem consigo mesmas, equilibradas e positivas.

 

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