Um princípio que permite a relação entre as pessoas é a capacidade de se dar conta de que os outros têm desejos e crenças diferentes dos nossos e que seu comportamento pode ser explicado em função deles. Isso é conhecido como “teoria da mente”, e as evidências indicam que aos quatro anos as crianças já desenvolveram essa habilidade de avaliar estados mentais alheios. Embora alguns processos mentais sejam conscientes e influenciem de forma deliberada nosso funcionamento, há mecanismos automáticos que influem em nossa interação social. Por exemplo, há provas científicas recentes que sugerem que as decisões morais estão mais relacionadas com a emoção do que com o raciocínio explícito. A pessoa, depois de agir, analisa e racionalmente explica a decisão moral que tomou influenciada pela impressão genética e pela emoção. Outro aspecto importante na pesquisa do cérebro social são os neurônios espelho, que são células que reagem tanto ao observar uma ação como quando nós mesmos a realizamos, permitindo a aprendizagem a partir da imitação da ação observada. Além disso, capacidades da cognição social como a empatia com outros indivíduos têm sido essenciais evolutivamente.
Comportamentos sociais como o altruísmo, a decisão sobre economia ou as ideias políticas têm uma base genética. Contudo, os genes não explicam inteiramente o comportamento social nem as diferenças individuais. O estudo dos fatores não genéticos importantes na determinação do comportamento está avançando. Um exemplo surpreendente de como esses fatores não genéticos influenciam o comportamento social foi observado entre as abelhas operárias. Quando elas alimentam as larvas com geleia real, a expressão dos genes implicados no crescimento e no metabolismo se modifica, e isso leva ao desenvolvimento de novas abelhas.
