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Mas afinal, porque meninas usam rosa e meninos usam azul ???

Por: Dra. Celina Vallim
08/01/2019

Após a polêmica fala da Ministra da Mulher, Família e direitos Humanos, Damares Alves, sobre “meninas devem usar rosa e meninos devem usar azul”, essa fala não é só estigmatizada as identidades de gênero como também contribui para legitimação de discursos de intolerância.

“A fala da ministra demonstra que a concepção do Ministério vai de encontro a tudo que tem sido discutido em relação ao estudos de gênero e diversidade. Para a Psicologia, essa discussão tem que ser feita pensando no direito à diversidade das expressões de gênero. Quando ela dá uma declaração dizendo que meninos devem usar azul e meninas rosa ela faz contraposição entre heteronormatividade e homonormatividade que não existe nos estudos de gênero. Esse discurso defende que a heteronormatividade é a única expressão normal e natural, fundamentada na idéia que sexo biológico deve determinar o gênero desde o nascimento, sem reconhecer as questões culturais e ideológicas envolvidas nesse processo.

Eu avalio como outros psicólogos também, que a visão da ministra estigmatiza as identidades de gênero. Quando ela faz isso em um espaço de representatividade tão importante.
Mas afinal porque meninos usam azul e meninas rosa, de onde surgiu essa distinção de cores???

Até o século 19, as roupas infantis geralmente eram brancas, afinal poderiam ser usadas por todos os filhos da família e resistiam a diversas lavagens. E as roupas eram poucas e caras. Mesmo o corte costumava ser unissex, meninos e meninas de até quatro anos usavam vestidos, cabelos compridos e sapatos do mesmo estilo.

Nos Estado Unidos, era costume a associação de rosa para meninas e azul para meninos. O interessante é que adotamos um costume dos norte-americanos onde se faz enxoval azul para os meninos e rosa para as meninas.

Na minha opinião cada um tem o direito de escolher a roupa e as cores que mais gosta para se vestir, a questão de cor vai mais do gosto pessoal de cada um do que a moda ou que a sociedade impõe. Nunca esquecendo do respeito e cuidado com as nossas crianças.

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