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O que é o transtorno do espectro autista?

No artigo de hoje, a neuropsicóloga Celina Vallim, explica que é importante saber que o TEA está relacionado a alterações no curso do desenvolvimento e que o início dos sintomas se dá precocemente. Confira.

Por: Dra. Celina Vallim
07/04/2022

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, ocorre uma alteração durante a formação do sistema neurológico que altera o desenvolvimento da criança. O sistema neurológico começa a se formar na vida intraútero e continua no decorrer da primeira infância, entretanto não se sabe ainda em qual momento ocorre essa alteração. O importante é sabermos que o TEA está relacionado a alterações no curso do desenvolvimento e que o início dos sintomas se dá precocemente.

O TEA inclui déficits persistentes na comunicação social, bem como comportamentos e interesses restritos e repetitivos. As alterações ocorrem na qualidade da interação social e causam prejuízos qualitativos caracterizados, por exemplo, por falta de engajamento nos relacionamentos, na reciprocidade socioemocional e na expressão da linguagem verbal e não verbal, entre outros.

As pessoas com TEA, apesar de terem o mesmo diagnóstico, apresentam uma gama muito diversa de sintomas e características. Isso se dá pela heterogeneidade do TEA e variedade da gravidade. Podemos dizer que, se você conheceu uma pessoa com TEA, conheceu apenas essa pessoa com TEA, porque, com certeza, ela será muito diferente de outra com o mesmo diagnóstico. Isso se dá pelo fato de que as alterações se dão na qualidade das habilidades, o que acaba acarretando uma variação de espectro muito grande.

Como as pessoas com TEA apresentam muitos prejuízos e também muitas habilidades, devemos sempre olhar para o conjunto de habilidades e dificuldades, e não apenas para as limitações.

 

Qual é o histórico do TEA?

Os primeiros trabalhos sobre o autismo foram descritos por Leo Kanner em 1943 e por Hans Asperger em 1944. Entretanto, o termo autismo só foi introduzido na terceira edição do Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais (DSM) em 1980. Desde então, várias nomenclaturas foram utilizadas como transtornos invasivos do desenvolvimento que englobavam as cinco condições: transtorno autista, síndrome de Asperger, transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno de Rett e transtorno desintegrativo da infância. Em 2013, foi publicada a quinta edição do DSM em que a expressão transtorno do espectro autista (TEA) passou a ser utilizada.

O TEA a partir de então compreende as três condições mais semelhantes: transtorno autista, síndrome de Asperger, transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação.

O que difere quando mudamos essas nomenclaturas? O diagnóstico passa a ser de caráter mais dimensional e não de categorias, além de a gravidade ser definida de acordo com a funcionalidade e com a necessidade de apoios necessários.

Assim, um indivíduo pode ser classificado como grave em um determinado momento e, com tratamento adequado, melhorar e se tornar menos grave.

 

Como se faz o diagnóstico de TEA?

O diagnóstico é clínico, ou seja, um profissional médico em conjunto com a equipe multiprofissional, composta de psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros, faz o diagnóstico por meio de avaliações. Como não existem marcadores biológicos, ou seja, não há exames de sangue ou de imagem que determinem o diagnóstico, há a necessidade de manuais como o DSM que norteiam o diagnóstico explicitando os sintomas.

 

Fonte: Livro: Como lidar com o autismo – Editora hogrefe.

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