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Regulação Emocional

A neuropsicóloga, Celina Vallim, explica que a regulação emocional permite ao indivíduo planejar, escolher entre as alternativas, controlar os impulsos, inibir pensamentos indesejados e regular o comportamento social. Confira o artigo.

Por: Dra. Celina Vallim
04/02/2021

A regulação emocional permite ao indivíduo planejar, escolher entre as alternativas, controlar os impulsos, inibir pensamentos indesejados e regular o comportamento social. Nota-se que, com frequência, indivíduos com TDAH (déficit de atenção e hiperatividade) apresentam um déficit na regulação emocional, sendo observado em temperamento volátil, com mudanças rápidas de humor, como rompantes de irritabilidade intensa, raiva subida e baixa tolerância à frustação. Essa labilidade emocional não deve ser confundida com os sintomas emocionais dos transtornos de humor, pois difere da irritabilidade persistente e grave, frequentemente observada em transtorno do humor pediátrico (Biederman et al., 2012).

Cerca de 44% das crianças com TDAH (déficit de atenção e hiperatividade) apresentam déficit na regulação do humor. Elas têm mais prejuízos no funcionamento emocional e no funcionamento interpessoal, além de apresentarem chances significativamente maiores de terem comorbidades. Indivíduos com déficit moderado na autorregulação emocional estariam mais propensos a taxas mais elevadas de comportamentos disruptivos comórbidos e de transtornos de ansiedade. Indivíduos com desregulação mais graves, por sua vez, de oposição e desafio, e de conduta (Biederman et al., 2009).

As dificuldades neuropsicológicas aqui descrita, como já mencionado, podem trazer impactos significativos para o funcionamento de indivíduos com TDAH, tanto no contexto acadêmico, produzindo prejuízo no desempenho escolar, dificuldade de aprendizagem, repetências, como na trajetória profissional, em atividades de lazer e na adaptação social (Biederman et al., 2004).

Portanto, intervenções que auxiliem o indivíduo a desenvolver estratégias para lidar com tais dificuldades e que previnam impactos negativos ao longo da vida são de extrema importância. Ainda mais considerando a heterogeneidade observadas entre os indivíduos com TDAH, tanto em relação ao perfil neuropsicológico quanto em relação às manifestações comportamentais, é fundamental que tais intervenções sejam delineadas de acordo com as características individuais, ponderando as potencialidades e os déficit de cada pessoa, com o objetivo de favorecer um melhor funcionamento no cotidiano.

 

Texto extraído do livro: Intervenção neuropsicológica infantil: aplicações e interfaces (Natalia Martins Dias e Caroline de Oliveira Cardoso – Orgs).

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